Governo brasileiro entrou tarde no combate aos crimes ambientais na Amazônia, admite vice-presidente

Fonte: Xinhua    07.09.2020 09h54

O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, admitiu nesta sexta-feira que o governo entrou tarde no combate aos crimes ambientais na Amazônia e defendeu a participação do setor privado para desenvolver a região amazônica.

"Entramos tarde no combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia", afirmou Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal em um debate online organizado pelo jornal O Estado de São Paulo.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia superou os 9.200 quilômetros quadrados entre agosto de 2019 e julho de 2020, o que representa um aumento de 34% em comparação com o período imediatamente anterior.

O vice-presidente brasileiro não se mostrou convencido de que a Operação Verde Brasil 2, lançada pelo governo e que usa as Forças Armada para coibir os crimes ambientais na Amazônia, ajudará a reduzir o desmatamento.

"O objetivo é chegar a um nível de desmatamento e queimadas abaixo da média ou dos mínimos históricos que já tivemos anteriormente", disse Mourão, que assegurou que "o Exército não assumiu nada, atua dando apoio para que as autoridades ambientais possam exercer suas atividades".

Durante o debate, Mourão também defendeu a participação da iniciativa privada no desenvolvimento da região. "É fundamental que o setor privado trabalhe lado a lado conosco", disse e acrescentou que a tarefa do governo "é criar um ambiente de negócios estável, amigável, desregulado, desburocratizado, além de dar segurança política aos investidores".

O vice-presidente brasileiro negou que o Brasil tenha interesse em explorar a Amazônia junto com os Estados Unidos.

"Não existe esta questão de explorar a Amazônia com os Estados Unidos. O presidente Bolsonaro, se não me engano, na última terça-feira, deixou muito claro que toda e qualquer empresa pertencente a países democráticos que desejarem investir na Amazônia será bem-vinda dentro da nossa legislação", assegurou o general Mourão.

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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