A empresa brasileira Embraer, terceira maior fabricante mundial de aviões, anunciou nesta quinta-feira a demissão de 2,500 funcionários de suas unidades no Brasil, representando 14,5% de sua força de trabalho composta por 16 mil pessoas, devido aos impactos financeiros registrados nos últimos meses por causa da pandemia do novo coronavírus.
"O objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia", disse um comunicado distribuído em São José dos Campos, estado de São Paulo (sudeste), onde se encontra o complexo industrial da Embraer.
A companhia informou que 900 demissões serão por ajuste planejado na estrutura de empregados e as outras 1,600 correspondem ao plano de saídas voluntárias.
Segundo a Embraer, o adiamento de pedidos causados pela pandemia e o fracasso da aquisição da empresa brasileira por parte da norte-americana Boeing foram os motivos que levaram à reestruturação de pessoal.
A fabricante, que é privada, mas que tem participação estatal na o seu segmento de defesa, registrou no segundo trimestre perdas de 1,68 bilhão de reais (cerca de US$ 315 milhões), o pior resultado para o período.
No primeiro semestre deste ano foram entregues quatro aeronaves comerciais e 13 da aviação executiva, 75% a menos do que o mesmo período do ano anterior.
Este ano, a Boeing anunciou a rescisão do contrato pelo qual controlaria a aviação comercial da Embraer, deixando a empresa brasileira obrigada a reconfigurar seus planos para o futuro.