Canadá cometeu um erro ao deter executiva da Huawei, afirma oficial do MRE chinês

Fonte: Diário do Povo Online    07.09.2020 09h05

Os Estados Unidos solicitaram a dezenas de países, incluindo seus aliados e aqueles com os quais têm tratados de extradição bilateral, a detenção de Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante de telecomunicações chinesa Huawei. Porém, apenas o Canadá concordou em fazê-lo, segundo um funcionário do Ministério das Relações Exteriores.

Em uma recente entrevista ao jornal canadense The Globe and Mail, Lu Kang, diretor-geral do Departamento de Assuntos da América do Norte e Oceânia do ministério, reiterou que a prisão de Meng por parte de Ottawa é um "incidente político", dizendo que o governo canadense cometeu um erro neste assunto.

Lu adiantou que muitos países receberam pedidos dos Estados Unidos para deter Meng, mas "nenhum deles seguiu essa ideia ridícula até Meng ter dado entrada no Canadá".

“Então por que é que o governo canadense se tornou o único?”, inquiriu Lu.

Ele descreveu o caso de Meng como o governo dos EUA tentando usar seu poder estatal para suprimir empresas competitivas e bem-sucedidas.

"Infelizmente, o governo canadense foi o único a ajudar o governo dos Estados Unidos neste jogo sujo", disse Lu.

"Definitivamente, isto é algo que se tornou um obstáculo muito sério entre nossos dois países. O governo e o povo chineses têm o direito de preservar seus direitos legítimos".

Os laços entre a China e o Canadá ficaram tensos desde que a polícia canadense deteve Meng em dezembro de 2018, devido ao mandado de extradição dos EUA. A China acusou repetidamente o Canadá de atuar como cúmplice dos EUA no incidente.

Lu disse que a decisão errada de Ottawa de deter Meng pode trazer mais custos para o governo canadense e para as relações bilaterais. "Porque sem isso, há muitas áreas, há muitas oportunidades e potencial que poderíamos explorar mais. Mas devido à situação, não se reúnem as circunstâncias necessárias".

"Esperamos que o governo canadense leve mais a sério essa questão para que se possa preparar o caminho para uma cooperação harmoniosa entre nossos dois países", disse.

Lu rejeitou também as alegações da chamada "diplomacia de reféns" ao falar sobre dois cidadãos canadenses - Michael Kovrig e Michael Spavor - que foram presos na China por cometerem crimes que põem em perigo a segurança nacional da China.

"Tornamos público quais os artigos específicos da lei chinesa que eles violaram, tudo foi feito com transparência", disse Lu.

"Mas quando chegamos à questão de Meng Wanzhou, o lado canadense não é capaz de explicar qual o tipo de estrutura legal ela violou".

“Desde o início explicamos muito claramente que são duas questões totalmente diferentes por natureza”, disse ele.

O embaixador chinês no Canadá, Cong Peiwu, também pediu ao governo canadense para tomar a decisão de libertar Meng o quanto antes, permitindo que ela regresse à China.

Isso ajudará os laços bilaterais a retomar o caminho certo e também ajudará a desencadear o potencial de cooperação entre os países, disse Cong ao falar com a mídia local.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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