O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira que está falando com intermediários representantes de grandes cadeias de supermercados para que reduzam suas margens de lucro para tentar evitar um aumento no custo da cesta básica.
Em conversa com populares em Eldorado, interior de São Paulo, Bolsonaro escutou comentários sobre a alta de produtos como o arroz e o feijão, base da alimentação popular no país.
"Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para que mantenham a menor margem de lucro", declarou Bolsonaro.
O presidente esclareceu que não pretende interferir na dinâmica dos preços, mas, sim, que pedirá uma limitação voluntária dos aumentos.
"Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferir, porque se fizer, não funciona", ressaltou.
Para Bolsonaro, a tendência ao aumento dos preços da cesta básica está relacionada com o auxílio emergencial, oferecido pelo governo às famílias que tiveram sua renda reduzida devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus.
Até o final de agosto, cerca de 70 milhões de pessoas tinham recebido por cinco meses um benefício de 600 reais (US$ 114), que foi estendido esta semana até o fim do ano, embora com a metade do valor original, ou seja, 300 reais mensais.
Embora a inflação brasileira esteja sob controle, os especialistas afirmam que há uma tendência para o aumento das expectativas inflacionárias devido ao auxílio emergencial que manteve a demanda e o consumo das famílias.