Quanto tempo ainda vai durar o crime de Fort Detrick?

Fonte: Diário do Povo Online    04.06.2020 14h46

Li Yang

Com a Covid-19, o laboratório deve ao mundo uma explicação

O laboratório bioquímico de Fort Detrick, localizado no Estado de Maryland, nos EUA, nomeadamente o Instituto de Pesquisa das Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, tem aparecido com frequência recentemente em vários meios de comunicação mundial por causa da sua monstruosidade e maldade.

O Fort Detrick herdou o “legado do diabo”. Durante a Guerra de Invasão do Japão contra a China nas décadas de 30 e 40 no século passado, a infame força biológica da Unidade 731, que pertencia ao antigo Exército Imperial do Japão, realizou inúmeras experiências horripilantes em seres humanos no Nordeste da China, envolvendo bactérias, gás venenoso, câmaras de pressão e vivissecções, tendo como alvo os civis e soldados anti-japoneses da China, da União Soviética, da Coreia, da Mongólia, dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e de outros países. Estima-se que de três mil a oito mil pessoas foram usadas como cobaias e mortas nessas experiências! Além disso, entre 1940 e 1942, a Unidade 731 também realizou uma guerra bacteriológica em larga escala nas províncias chinesas de Zhejiang, Hunan, Jiangxi, Shandong, Guangdong e Yunnan, causando baixas significativas entre combatentes e civis inocentes. No entanto, surpreendentemente, em outubro de 1945 os especialistas em bioquímica do Fort Detrick mantiveram contatos frequentes com os principais membros da Unidade 731, incluindo o tenente-general Ishii Shiro, chefe da unidade, a fim de obter os detalhes das experiências de guerra bacteriana japonesas. Como resultado, Ishii Shiro e seus cúmplices entregaram todos os documentos e registros de pesquisa para os militares dos EUA com a condição de não serem processados por crimes de guerra no Julgamento de Tóquio. Os numerosos registros escritos agora mantidos no Arquivo Nacional dos EUA e na Biblioteca e Museu Presidencial de Harry S. Truman mostram que, através desta transação sórdida, os EUA não só aprimoraram suas capacidades de guerra biológica, como também encobriram os crimes brutais do militarismo japonês, ajudando os criminosos de guerra a escaparem da punição. Mais tarde, Ishii Shiro foi contratado pelos EUA como consultor de armas biológicas!

O Fort Detrick criou um mal ainda maior. Segundo documentos mantidos no Arquivo Nacional dos EUA, de 1946 a 1949, foram realizadas cerca de 60 entrevistas com ex-membros da Unidade 731 em Fort Detrick. O jornalista americano John Powell escreveu em seu livro: “Claramente, os especialistas em guerra biológica dos EUA aprenderam muito com seus colegas japoneses. Embora não saibamos exatamente o quanto essas informações (fornecidas pelos japoneses) avançaram no programa americano (de armas biológicas), temos o testemunho dos especialistas de Fort Detrick de que eram inestimáveis. Poucas pessoas sabem que as armas biológicas desenvolvidas depois pelos EUA foram muito semelhantes às armas bacteriológicas inicialmente desenvolvidas pelo Japão.” No início de 1952, os militares americanos lançaram guerras bacteriológicas na Coreia do Norte e no Nordeste da China com bombas bacterianas carregadas de pulgas, formigas e moscas infectadas por peste e cólera. A investigação da Comissão Científica Internacional para os Fatos Relativos às Guerras Bacteriológicas na Coreia do Norte e na China confirmou que o método usado pelos militares americanos foi desenvolvido com base nos métodos de guerra bacteriológica japoneses.Naquela época, segundo as fontes internas dos EUA, com o auxílio de Ishii Shiro e dos outros, os americanos realizaram experimentos de guerra bacteriana em cima dos prisioneiros de guerra na Ilha de Geojedo, vitimando até três mil pessoas por dia! Durante a Guerra do Vietnã, os militares dos EUA aspergiram um desfolhante chamado “agente laranja” sobre 10% do território no sul do Vietnã, lacerando 4,8 milhões de vietnamitas na época. Até hoje, a saúde do povo vietnamita ainda está sendo ameaçada pelas “sequelas do agente laranja”. Foi o Laboratório de Armas Bioquímicas de Fort Detrick que chefiava as pesquisas e o desenvolvimento do agente laranja.


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(Web editor: Renato Lu, editor)

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