A Suzano, a maior produtora mundial de celulose, planeja aumentar o investimento no mercado chinês, concentrando-se em materiais de base biológica, infraestrutura logística e fortalecimento de parcerias locais, disse Beto Abreu, CEO da Suzano, em uma entrevista à Xinhua na terça-feira.
Impulsionada pela forte demanda no mercado chinês, a fabricante brasileira de celulose alcançou um recorde de 12,3 milhões de toneladas de vendas de celulose e papel em 2024, marcando um aumento de 7% em relação a 2023.
"A China é um dos maiores mercados de celulose e papel com o mais rápido crescimento no mundo", disse Abreu, acrescentando que a empresa tem grande confiança no crescimento do mercado chinês e pretende desenvolver novos produtos com base em sua estratégia de base biológica.
De acordo com Abreu, a Suzano investirá ainda mais em materiais de base biológica para diversas aplicações, infraestrutura logística e projetos para fortalecer parcerias com fornecedores locais na China. A empresa lançará iniciativas de compras com o objetivo de adquirir mais equipamentos e produtos de fornecedores locais, integrando ainda mais os fornecedores chineses à cadeia de suprimentos global da Suzano.
Em novembro do ano passado, a Suzano se tornou a primeira corporação das Américas fora do setor de serviços financeiros a emitir títulos panda, dívida denominada em renminbi (moeda chinesa) vendida no mercado onshore da China por um emissor estrangeiro. A empresa levantou com sucesso 1,2 bilhão de yuans (US$ 165 milhões) em uma operação realizada exclusivamente no mercado chinês.
"Acho que isso reflete duas coisas. Em primeiro lugar, reflete nossa confiança no mercado chinês. E também é um reflexo do crescimento de nossa presença na China", disse ele. "Acreditamos que arrecadar fundos na China e ter o renminbi como parte de nosso portfólio de moedas para nossas operações abrem caminho para nosso crescimento contínuo no mercado chinês. Gostaríamos de explorar mais oportunidades de financiamento na China."
Com o lançamento do seu hub de inovabilidade, o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento e inovação da Suzano na Ásia, localizado na área de Zhangjiang, em Shanghai, a Suzano está desenvolvendo soluções de base biológica de ponta para ajudar a indústria chinesa a realizar a transição de baixo carbono.
"Estamos particularmente incentivados pelas políticas da China de promover a manufatura digital e verde, a prática de economia circular e fluxos financeiros transfronteiriços, e, em conexões com nove universidades chinesas e startups locais, a Suzano se integrará ainda mais com a economia chinesa e com certeza contribuirá com sua transformação de baixo carbono", afirmou o CEO.
Na terça-feira, a Suzano anunciou o lançamento do Programa "Vida Verde, Futuro Azul" 2025, em Shanghai. Esta iniciativa marcou o início de uma série de atividades educacionais de um ano destinadas a promover a consciência ecológica e a gestão ambiental entre as gerações mais jovens na China.