China pede Mianmar que proteja os chineses

Fonte: Diário do Povo Online    17.03.2021 10h47

A China urgiu Mianmar a tomar medidas eficazes para proteger os cidadãos chineses e suas propriedades no país depois que algumas fábricas financiadas pela China em Yangon foram vandalizadas em ataques na tarde de domingo (14).

Os ataques - incluindo incêndio criminoso e saques – deixaram dois funcionários chineses feridos e causaram perdas de propriedades de 240 milhões de yuans (36,9 milhões de dólares) em 32 fábricas financiadas pela China, segundo uma avaliação parcial, noticiou o Global Times citando a embaixada chinesa em Mianmar.

Embora nenhuma morte tenha sido relatada, a a embaixada chinesa em Mianmar divulgou uma nota no domingo classificando a situação como "muito grave".

"A China urge Mianmar a tomar medidas mais eficazes para impedir todos os atos de violência, investigar e punir os perpetradores pela lei e garantir a segurança de vidas e propriedades de empresas e funcionários chineses em Mianmar", disse o comunicado.

“Pedimos ao povo de Mianmar que realize seus apelos dentro da lei e não seja incitado ou usado para minar a cooperação amigável China-Mianmar”.

A política amigável da China em relação a Mianmar é para o benefício de todo o povo de Mianmar, e a cooperação econômica e comercial sempre foi baseada no princípio do benefício mútuo, com ênfase especial em beneficiar o povo de Mianmar, afirmou o comunicado.

A maioria das fábricas afetadas está na indústria têxtil e de vestuário, onde o investimento chinês criou quase 400.000 empregos em Mianmar. As ações dos infratores prejudicaram também os interesses do povo de Mianmar, acrescentou o comunicado.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse na segunda-feira (15) que após os ataques, a embaixada chinesa imediatamente contatou as empresas chinesas e pediu aos departamentos de polícia locais que tomassem medidas para garantir a segurança das empresas e do povo chinês. E Mianmar enviou policiais e bombeiros à área afetada para fortalecer a segurança.

Zhao destacou que Beijing acompanhará o desenvolvimento da situação em Mianmar de perto e está muito preocupada com a segurança das empresas e do povo chinês. Ele acrescentou que a China espera que Mianmar tome medidas concretas para proteger a segurança dos cidadãos chineses em Mianmar e evitar prontamente a recorrência de incidentes semelhantes. Os chineses em Mianmar foram aconselhados a aumentar sua conscientização sobre a segurança.

Zhao disse esperar que todas as partes em Mianmar permaneçam calmas e contidas e tenham em mente os interesses fundamentais do povo de Mianmar. Ele exortou todas as partes a continuarem resolvendo as diferenças por meio do diálogo e da consulta no âmbito da Constituição e das leis para impulsionar o processo de transformação democrática no país.

A tarefa urgente agora é evitar novos derramamentos de sangue e aliviar as tensões o mais rápido possível, acrescentou Zhao.

Enquanto isso, o Conselho de Administração do Estado de Mianmar declarou na segunda-feira que os distritos de Dagon Norte, Dagon Sul, Dagon Seikkan e Okkalapa Norte, em Yangon foram colocados sob lei marcial, citando o Gabinete do Comandante-em-Chefe dos Serviços de Defesa.

O conselho concedeu o poder administrativo e judicial ao comandante da região de Yangon para implementar o trabalho de segurança e manter o Estado de Direito e a tranquilidade. No domingo, a lei marcial também foi imposta nos municípios de Hlaingthaya e Shwe Pyi Thar de Yangon, depois que algumas fábricas foram incendiadas.

Foi declarado o estado de emergência de um ano em Mianmar em 1º de fevereiro e o poder do Estado foi entregue ao Comandante-Chefe dos Serviços de Defesa, General Min Aung Hlaing, presidente do recém-formado Conselho de Administração do Estado.

(Web editor: F[atima Fu, Renato Lu)

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