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China totalmente preparada para "uma longa luta" com o ocidente em HK: especialistas

Fonte: Diário do Povo Online    15.03.2021 10h12

O conflito entre a China e o Ocidente em Hong Kong, especialmente com os EUA e o Reino Unido, irá continuar e, provavelmente, se tornará "uma longa luta" devido ao mais recente plano de reforma eleitoral para a cidade aprovado nas duas sessões da China, segundo especialistas chineses. No domingo, através de canais diplomáticos e políticos, a China refutou firmemente as últimas declarações emitidas pelo G7, pela UE e pelo Reino Unido, visando estigmatizar a reforma da China aplicada ao sistema eleitoral de Hong Kong.

Os especialistas disseram que não é uma surpresa que esses países ocidentais façam declarações conjuntas ou separadas para acusar a China em Hong Kong com o mesmo pretexto que usaram repetidamente sobre a questão de Hong Kong, sendo que a questão agora é até que ponto essas acusações vão se transformar em ações reais para prejudicar ainda mais os interesses da China na cidade.

Segundo eles, é muito provável que alguns países ocidentais estejam dispostos a desistir de certos interesses para causar danos à China. Portanto, para lidar com tais provocações, a China também está totalmente preparada para uma luta a longo prazo com o Ocidente. Especialistas chineses alertaram que qualquer outro passo na intromissão nos assuntos da China em Hong Kong causará a mesma quantidade de perdas para o Ocidente, na cidade ou em qualquer outro lugar.

A Embaixada da China no Reino Unido disse em um comunicado divulgado no domingo que "os políticos relevantes dos países e grupos mencionados acima, incluindo o Reino Unido, confundem o certo com o errado, lançaram calúnias infundadas e interferiram descaradamente nos assuntos internos da China . O lado chinês expressa sua forte condenação e firme oposição".

Tam Yiu-chung, um membro do Comitê Permanente da APN de Hong Kong, disse ao Global Times no domingo que, de acordo com os comentários dos principais líderes da China, o governo central já avaliou quanto a China pagaria diplomaticamente e não fará concessões às pressões do Ocidente.

O governo central chinês acredita firmemente que a reforma eleitoral e a lei de segurança nacional de Hong Kong, bem como outras reformas potenciais que poderiam ocorrer no futuro, são "as coisas certas a serem feitas e devem ser feitas", independentemente do ocidente gostar ou não disso.

“O governo central receberá críticas e pressões do Ocidente, mas espera que, após a reforma eleitoral para a cidade desta vez, Hong Kong não tenha mais que passar por turbulências políticas a cada dois ou três anos. A sociedade abraçaria finalmente a estabilidade de longo prazo”, disse Tam.

Mais tarde no domingo, o Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado divulgou um comunicado para criticar as acusações e críticas ocidentais contra a China em Hong Kong. "As atividades ilegais de separatismo de Hong Kong já criaram enormes danos e estavam todas diretamente relacionadas ao apoio aberto ou clandestino de alguns países ocidentais. Como Hong Kong restaurou a ordem pública, alguns países ocidentais ainda usam o pretexto de 'liberdade' ou 'democracia' para interferir nos assuntos da China em Hong Kong. Suas investidas políticas são claras", disse o escritório.

Nos últimos anos, a China se tornou imune às sanções existentes lançadas pelo Ocidente sobre Hong Kong e Xinjiang, como referências a funcionários específicos ou outras abordagens comerciais e econômicas, advogam os especialistas chineses. Eles observaram que a implementação de novas sanções por parte do ocidente - incluindo os EUA, o Reino Unido e a UE - é ainda uma incógnita, dependendo do preço que estiveram dispostos a pagar, mas que a China está totalmente preparada, independentemente do tempo que essa luta durar.

Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse ao Global Times no domingo que o Ocidente tem várias abordagens que podem ser usadas para atingir a China em Hong Kong, incluindo punir autoridades específicas, retirar tratamento especial, redução de trocas comerciais e econômicas, suspensão de atividades financeiras ou cooperação, ou algumas outras medidas em resposta ao que o Reino Unido fez na questão do passaporte nacional ultramarino.

Se os EUA e outros países ocidentais decidirem infligir danos mais substanciais a Hong Kong ou mesmo à China, como abolir totalmente o estatuto de Hong Kong enquanto centro financeiro internacional, devem estar preparados para abandonar um grande número de interesses relacionados à cidade dado que tais sanções comerciais ou financeiras funcionariam como "um ataque nuclear, desencadeando destruição mútua assegurada econômica e financeira", disse Lü Xiang, um especialista em estudos americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Lü disse ao Global Times no domingo que os EUA e o Reino Unido são diferentes de outros países ocidentais e importantes membros da UE, como a França e a Alemanha, neste assunto: "Porque a última jogada da China criou enormes perdas para os EUA e Reino Unido em Hong Kong".

Escondendo-se atrás do pretexto de "democracia", a verdadeira razão pela qual Washington e Londres estão extremamente ansiosos neste momento é que "seu plano duradouro e enorme quantidade de projetos em Hong Kong - criação de focos pró-Ocidente ou partidos de oposição para obter ganhos políticos poder através do sistema eleitoral problemático - está totalmente condenado", disse Lü.

Outros membros do G7 ou grandes potências da UE não compartilham desta posição, sendo que nem todos os países ocidentais desejam intensificar seu confronto com a China em Hong Kong, observou Lü. Assim sendo, a "longa luta" com o Ocidente em Hong Kong é, na verdade, principalmente com os EUA e o Reino Unido.

Cui disse que a situação não será muito otimista, embora a UE seja mais pragmática e cautelosa.

Ele observou que, no passado, os EUA ou seus aliados se preocupavam com seus interesses econômicos ao discordar da China, mas agora seus tomadores de decisão acreditam que, quando comparados à sua liderança ou hegemonia, "os interesses econômicos são dispensáveis", pois acreditam que se não fizessem nada para causar danos à China agora, talvez em 10 anos, quando a China se tornar a maior economia do mundo, seria tarde demais.

A China está totalmente preparada para a longa luta, e o Ocidente perceberá um dia que suas tentativas de interferir em Hong Kong ou mesmo de interromper o desenvolvimento da China estão fadadas ao fracasso, concluem os analistas.

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