China e UE devem reforçar cooperação estratégica, diz chanceler chinês

Fonte: Xinhua    24.11.2020 10h40

O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta segunda-feira que a China e a União Europeia (UE) precisam fortalecer a cooperação estratégica e desempenhar um papel construtivo para enfrentar os desafios globais.

Wang fez o comentário durante uma conversa telefônica com Josep Borrell, alto representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança.

Indicando que a pandemia continua agravando-se em todo o mundo e que a evolução da situação internacional está se acelerando, Wang disse que a China e a UE, duas forças estabilizadoras no processo de multipolarização, precisam fortalecer a comunicação e o diálogo, fortalecer continuamente a confiança mútua e eliminar todos os tipos de distração.

Wang assinalou que, em primeiro lugar, as duas partes devem atender bem seus respectivos assuntos internos, e ao mesmo tempo, reforçar a cooperação estratégica e desempenhar um papel construtivo no manejo dos desafios globais, acrescentando que as duas partes devem manter a direção correta nas relações China-UE, aderir à coexistência pacífica, cooperação aberta, multilateralismo e diálogo e consulta, o que representa não só uma importante experiência obtida ao longo dos 45 anos desde o estabelecimento de relações diplomáticas bilaterais, mas também princípios chave para o desenvolvimento saudável e estável da parceria estratégica abrangente China-UE no futuro.

A China está disposta a manter uma estreita comunicação com a UE sobre a importante agenda para a próxima etapa, a trabalhar mais arduamente para impulsionar e chegar ao o tratado de investimento China-UE, fortalecer a coordenação e a cooperação em mudança climática e conservação da biodiversidade, para proporcionar um marco institucional e sólidas expectativas para a cooperação bilateral em áreas chave, disse.

Wang acrescentou que as duas partes devem fortalecer o alinhamento estratégico, construir juntas uma economia mundial aberta, opor-se ao protecionismo com o fim de proporcionar um ambiente de negócios justo, transparente e não discriminatório para suas respectivas empresas, e injetar mais energia positiva à recuperação econômica global.

A defesa da autonomia estratégica por parte da UE não só favorece os interesses fundamentais e de longo prazo da Europa, mas também cumpre com as expectativas comuns da comunidade internacional, disse Wang, acrescentando que a autonomia estratégica é um elemento necessário para manter-se independente como um pólo do mundo.

Wang disse que a China acredita que a autonomia estratégica da UE deve encarnar a defesa do multilateralismo e a oposição ao domínio unilateral; a busca da abertura e cooperação e a oposição à "desvinculação" criada pelo homem; a formulação de políticas externas independentes de acordo com as normas que regem as relações internacionais e a oposição à confrontação entre os diferentes blocos e a uma nova "Guerra Fria".

A parte chinesa espera que a autonomia estratégica da UE possa encarnar também a formulação e a implementação das políticas corretas para a China, disse Wang, acrescentando que as relações entre grandes países não devem ser de uma opção ou outra e muito menos um jogo de soma zero.

Wang disse que a parte chinesa manteve políticas altamente estáveis e contínuas para a UE, sempre tratou a Europa de forma otimista e positiva e considera o bloco um parceiro importante, assim como uma prioridade diplomática, acrescentando que a China espera que a UE possa estabelecer um marco orientado à cooperação para suas políticas para a China e desenvolver relações UE-China mais positivas.

Por sua parte, Borrell disse que a UE aprecia o objetivo climático da China de atingir o pico das emissões de CO2 antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060, o que oferece um modelo para todo o mundo, acrescentando que a UE está disposta a fortalecer a cooperação com a China sobre mudança climática e conservação da biodiversidade de uma forma completa, e para impulsionar a negociação do tratado de investimento UE-China e se esforçar por sua conclusão dentro do ano.

A UE aprecia os enormes êxitos de desenvolvimento da China e sua importante contribuição à paz e prosperidade mundiais, disse Borrell, acrescentando que a UE terá uma visão objetiva e racional do desenvolvimento da China e adotará uma política independente para a China com base nos próprios interesses da UE.

Apesar do fato de que a UE e a China são diferentes em seus sistemas políticos, assim como em condições históricas e culturais, a UE está disposta a realizar uma cooperação efetiva com a China com o espírito do respeito mútuo, e a abordar de maneira conjunta os desafios globais para acrescentar mais elementos de equilíbrio e possibilidade ao mundo, acrescentou.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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