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China: triunfos no caminho para a exploração lunar

Fonte: Diário do Povo Online    24.11.2020 10h36

Em 1970, o ano em que a China lançou seu primeiro satélite ao espaço, alguns cientistas chineses sugeriram que o governo deveria abrir o programa de exploração lunar do país.

Satélite "Dongfanghong-1"

No entanto, a sugestão foi rejeitada pelo primeiro-ministro Zhou Enlai em consideração às dificuldades tecnológicas, técnicas e financeiras da época.

Cerca de 24 anos depois, Song Jian, um renomado cientista espacial e ex-chefe do principal órgão de planejamento científico da China, propôs que o país pudesse tirar proveito de um foguete de nova geração, em pesquisa e desenvolvimento na época, para voos espaciais tripulados, visando enviar sondas robóticas à lua para pesquisa científica.

Tal como em 1970, a idéia não se tornou realidade, porque a China não tinha a tecnologia e instalações necessárias para tal empreendimento.

Em 1997, vários cientistas chineses lançaram uma iniciativa, pedindo a atenção do governo central para a exploração lunar. Desde então, o circuito científico do país continuou instando as autoridades espaciais a iniciar programas lunares.

Em novembro de 2000, o governo anunciou em um livro branco espacial que a pesquisa preparatória sobre a exploração lunar estava incluída na agenda de planejamento espacial.

Em fevereiro de 2003, o governo disse que estavam reunidas condições para abrir um programa lunar e nomeou três cientistas como chefes da equipe do projeto.

Em janeiro de 2004, a primeira fase do Programa Chang'e foi oficialmente aprovada, inaugurando a abertura formal da missão de exploração lunar da China.

Lançamento de Chang'e 1

Depois de quase quatro anos de preparação, a primeira sonda proveniente do programa - Chang'e 1 - foi lançada em 24 de outubro de 2007, a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan, sudoeste da China, com o propósito de testar as tecnologias das sondas lunares da China, obter imagens lunares e realizar pesquisas científicas.

Foram obtidos vários dados científicos e criado o primeiro mapa da nação de toda a superfície lunar. Em março de 2009, a sonda foi retirada de órbita e controlada para impactar a superfície lunar.

Lançamento de Chang'e 2

A sonda Chang'e 2, um backup da Chang'e 1 com algumas melhorias técnicas, foi lançada em 1o de outubro de 2010, a partir do centro de Xichang para realizar imagens de alta definição da lua e explorar possíveis locais de pouso para a próxima missão, Chang'e 3.

Lançamento de Chang'e 3

A sonda Chang'e 3, um marco na história de exploração espacial da China, decolou da plataforma de lançamento em 2 de dezembro de 2013, em Xichang. Foi a primeira sonda chinesa a pousar na lua e também o primeiro aparelho a atingir esse objetivo em quase quatro décadas, desde que uma sonda da ex-União Soviética pousou na lua em agosto de 1976. A sonda Chang'e 3 lançou o primeiro rover lunar chinês, Yutu, na lua. O Yutu permaneceu em solo lunar por quase 1.000 dias, enquanto a sonda permaneceu operacional, enviando dados para a Terra.

Lançamento de Chang'e 4

Em 8 de dezembro de 2018, a China lançou sua quarta sonda lunar, Chang'e 4, em direção ao lado oculto da lua.

Após 26 dias de jornada, a sonda fez um pouso suave na cratera Von Karman, na bacia Polo Sul-Aitken, inaugurando o primeiro estudo levado a cabo pela humanidade do pouco conhecido "lado oculto da lua".

Rover Yutu 2

A missão Chang'e 4 em andamento permitiu que os cientistas realizassem novas descobertas sobre a lua e aprofundassem seus conhecimentos sobre as primeiras histórias do corpo extraterrestre e do sistema solar. O rover Yutu 2, o segundo desse tipo fabricado pela China e o primeiro do mundo a chegar ao outro lado, tornou-se no segundo rover a operar por mais tempo na lua.

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