A China lançou uma sonda para coletar e devolver à Terra amostras da lua, na terça-feira (24), naquela que é a primeira tentativa do país de trazer de volta ao planeta amostras de um corpo extraterrestre.
Um foguete Longa Marcha-5, transportando a sonda Chang'e-5, decolou do Lançamento Espacial de Wenchang, na costa da província insular de Hainan, pelas 4h30 (horário de Beijing).
Esta é uma das missões mais complexas e desafiantes da história aeroespacial da China, bem como a primeira missão lunar do mundo em mais de 40 anos.
A missão ajudará a promover o desenvolvimento científico e tecnológico da China e estabelecerá uma base importante para o futuro pouso lunar tripulado e exploração do espaço profundo da China, disse Pei Zhaoyu, vice-diretor do Centro de Exploração Lunar e Programa Espacial da Administração Espacial Nacional da China.
A Chang'e-5 compreende um orbitador, um módulo de pouso, um ascensor e um retornador, com uma massa total de decolagem de 8,2 toneladas.
Espera-se que cerca de 2 kg de amostras sejam coletadas e lacradas em um recipiente que será devolvido à Terra.
Em seguida, o ascensor irá decolar e acoplar-se ao orbitador de retorno. Depois que as amostras são transferidas para o retornador, o ascendente se separará do orbitador-retornador.
Quando a relação geométrica entre a Terra e a lua for adequada, parte da sonda deverá regressar à Terra, designadamente à Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China.
A missão tem uma duração estimada de 20 dias.
A China está traçando planos para uma futura exploração lunar. Para preparar o caminho para a exploração lunar tripulada e exploração do espaço profundo, a missão Chang'e-5 usará um método de amostragem diferente dos Estados Unidos e da União Soviética, disse Pei.
Os Estados Unidos enviaram astronautas à lua para coletar amostras. Nas missões de amostragem lunar não tripulada da União Soviética, a espaçonave decolou da lua e retornou diretamente à Terra.
Mas a China escolheu uma abordagem tecnológica complicada, com a ausência de tripulação e acoplamento na órbita lunar, possibilitando trazer de volta mais amostras e estabelecer uma base tecnológica para futuras missões lunares tripuladas, disse Pei.