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China ainda não está preparada para deixar o 737 Max voar novamente

Fonte: Diário do Povo Online    20.11.2020 10h25

Os aviões Boeing 737 Max estão estacionados nas instalações de produção da empresa na quarta-feira em Renton, Washington. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos autorizou o vôo do 737 Max após quase dois anos de paralisação. David Ryder / AFP

A autoridade de aviação civil da China afirmou na quinta-feira (19) que ainda não definiu uma data para que o Boeing 737 Max voe novamente na China, apesar de sua contraparte americana ter dado luz verde para a operação do jato nos Estados Unidos.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) liberou na quarta-feira (18), o Boing 737 Max para vôo depois de quase dois anos de paralisação, em consequência de dois acidentes que mataram 346 pessoas.

O jato foi aterrado em todo o mundo depois que um jato da Ethiopian Airlines caiu seis minutos depois de decolar em Addis Abeba em março de 2019. Isso aconteceu menos de cinco meses depois que outro Boeing 737 Max voado pela Lion Air da Indonésia mergulhou no mar de Java em outubro de 2018.

A China, com uma frota de 97 jatos Boeing 737 Max, suspendeu os aviões em 11 de março de 2019, sendo o primeiro país a agir deste modo após os acidentes.

Com a aprovação da FAA, a American Airlines será a primeira empresa a operar o Boeing 737 Max, com vôo de Miami para o Aeroporto La Guardia de Nova York programado para 29 de dezembro. A United Airlines deverá agendar voos para a aeronave no final de janeiro ou fevereiro de 2021.

A aprovação da FAA cobre apenas voos domésticos nos Estados Unidos, operados pela American, United e Southwest Airlines. Os voos com destino ou dentro de outros países, como China e Canadá, precisarão de aprovação adicional dos reguladores da aviação civil.

Questionado sobre quando a China retiraria sua ordem de suspensão, a Administração de Aviação Civil da China informou na quinta-feira que não houve mudança em sua posição no final de outubro, quando Feng Zhenglin, diretor da administração, disse em entrevista coletiva que a China verificará se foram feitas modificações seguras e confiáveis antes de considerar a permissão dos aviões de volta ao espaço aéreo chinês.

Antes disso, disse ele, três condições devem ser atendidas: os projetos atualizados devem passar pela inspeção de aeronavegabilidade; os pilotos devem receber treinamento adequado para eles; e a causa das falhas deve ser clara e as modificações feitas precisam ser comprovadas eficazes.

O engenheiro sênior Shu Ping, diretor do Instituto de Segurança da Aviação da Academia de Ciência e Tecnologia da Aviação Civil, disse que a aprovação dos EUA é uma base para a discussão sobre a China permitir que o jato problemático transporte passageiros novamente.

"Mas a aprovação da FAA dos EUA não significa que outros países tenham que segui-la", disse Shu.

O ministro dos transportes canadense, Marc Garneau, disse que o Boeing 737 Max permanecerá no solo até que vários requisitos sejam satisfatórios.

A ordem de aprovação da FAA estipula que antes que o avião possa voar, a agência deve aprovar os procedimentos de treinamento de pilotos para cada companhia aérea dos EUA que o estiver operando; os aviões devem ser atualizados com software crítico; e seus computadores devem atender às especificações da FAA.

Os investigadores descobriram que um dispositivo de segurança destinado a evitar que o avião subisse muito rápido e parasse havia forçado indevidamente o nariz da aeronave para baixo, apesar das tentativas dos pilotos de corrigi-lo, causando os acidentes.

Quando o Boeing 737 Max, o avião mais vendido da frota da Boeing, retornar ao serviço, enfrentará um mercado de viagens aéreas dizimado pela pandemia da Covid-19.

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