Brasil espera aumentar em 1 milhão de km² seus limites marítimos com exploração do solo oceânico

Fonte: Xinhua    17.08.2020 08h25

O Brasil espera expandir seus limites marítimos em quase um milhão de quilômetros quadrados com a exploração do solo das águas oceânicas em busca dos chamados "minerais do futuro", anunciaram fontes oficiais nesta sexta-feira.

Segundo explicou o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, as pesquisas que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) realiza junto com a Marinha no Atlântico Sul colocarão o país em uma posição destacada na exploração da "nova fronteira mundial" da geologia, que é o solo das águas oceânicas.

"Essa atuação conjunta coloca o país entre os atores da nova fronteira mundial, que são as águas oceânicas. Ao pesquisar minérios do futuro em águas internacionais do Atlântico Sul, o CPRM contribui, com subsídios técnicos e jurídicos, para a extensão de limites junto às Nações Unidas e o acréscimo de aproximadamente 950 mil km² para nossa Amazônia Azul", disse Albuquerque em uma solenidade para comemorar os 50 anos do CPRM.

O ministro ressaltou o papel do CPRM para a autonomia do Brasil na produção de potássio mineral que é usado como fertilizante na agricultura do país. "O trabalho do CPRM tem se mostrado vital e me surpreendeu ao colocar a bacia do Amazonas no mesmo nível das maiores províncias de potássio do mundo", comentou.

"Essa descoberta pode mudar a situação de dependência do Brasil, de um dos principais insumos da agricultura. Hoje o Brasil importa 90% do potássio que utiliza para fertilizar as plantações, e aumentar a produtividade do agronegócio, que é responsável por cerca de 21% do PIB e pela posição do Brasil de terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas", destacou o ministro.

Segundo Albuquerque, além de reduzir a dependência que o Brasil tem para ter acesso a produtos agrícolas, o "grande desafio" do setor mineral atualmente é o de avançar na produção de minerais estratégicos "para atender a indústria das chamadas tecnologias verdes, que necessitam cobalto, lítio, terras raras e nióbio entre outros minerais".

Nesse sentido, Albuquerque comentou que o papel da iniciativa privada será relevante para que o Brasil avance na exploração dos recursos minerais que possui e considerou que para melhorar sua balança comercial, o país necessita ampliar o debate sobre licenças ambientais de "empreendimentos de mineração que respondam a uma demanda estratégica de segurança nacional".

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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