Irã diz que esforços dos EUA para renovação da proibição de armas da ONU são "ilegais"

Fonte: Xinhua    14.08.2020 15h51

Altos funcionários iranianos disseram na quarta-feira que a oferta dos EUA para renovar o embargo de armas da ONU contra o Irã necessita de base "legal".

Em uma conversa telefônica com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que os Estados Unidos "não têm o direito" de usar os mecanismos do acordo nuclear iraniano de 2015, também conhecido como Plano Conjunto de Ação Abrangente (JCPOA), para seus objetivos.

Rouhani estava se referindo à retirada de Washington do acordo em maio de 2018. O Irã insistiu que os Estados Unidos não são mais parte do acordo e não podem usar seus mecanismos para qualquer disputa.

No entanto, a administração dos EUA recentemente pediu ao Conselho de Segurança da ONU a renovação do embargo de armas da ONU contra o Irã, sujeito ao acordo nuclear iraniano de 2015, que deve expirar no dia 18 de outubro de 2020.

Rouhani disse a Macron que as partes restantes do acordo deveriam se opor à campanha dos EUA para a extensão da proibição da ONU.

O presidente iraniano também disse na quarta-feira que os Estados Unidos apresentaram a resolução anti-Irã no Conselho de Segurança da ONU para desferir um golpe no JCPOA e na Resolução 2231.

"Segundo a Resolução 2231 e o acordo nuclear com o Irã, o embargo de armas ao Irã será levantado em outubro. Todas as resoluções que proíbem o comércio de armas para o Irã serão, na prática, nulas e sem efeito", disse ele.

Rouhani enfatizou que após o término da proibição da ONU ao Irã em outubro, a república islâmica poderá vender e comprar armas.

"Os Estados Unidos serão derrotados e enfrentarão o isolamento" em sua tentativa de estender a proibição de armas, disse Rouhani em uma reunião de gabinete, segundo a TV estatal.

Além disso, qualquer tentativa de endossar a proposta iniciada pelos EUA seria uma violação clara da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU e do acordo nuclear multilateral iraniano de 2015, disse ele, acrescentando que as partes por trás da manobra devem aceitar as consequências.

Rouhani também rejeitou as alegações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que procuraria a paz com o Irã imediatamente após a reeleição.

"Se você é sincero e busca a paz, que nunca buscou, por que toma tais ações (pressões de sanção) contra a nação iraniana?", o citou a agência de notícias Tasnim.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse na quarta-feira que os Estados Unidos não podem usar um mecanismo "snapback" para renovar um embargo de armas da ONU contra o Irã.

"Desde que os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear iraniano de 2015, os três aliados europeus dos Estados Unidos deixaram claro que Washington não pode acionar o mecanismo de resolução de disputas que poderia levar à restauração da proibição da ONU ao Irã", disse Zarif, segundo à agência oficial de notícias IRNA.

"Snapback" se refere à reimposição de todas as sanções da ONU contra o Irã.

"O projeto de resolução dos Estados Unidos referente ao embargo de armas da ONU é ilegal e os americanos não receberão votos suficientes para sua proposta sobre o Irã na próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU", disse Zarif.

Isso resultará em maior isolamento da administração dos EUA, acrescentou ele.

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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