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Rússia aprova primeira vacina da Covid-19 do mundo em meio a preocupações com o agravamento da epidemia no inverno

Fonte: Diário do Povo Online    12.08.2020 09h37

A Rússia informou na terça-feira (11) que aprovou a primeira vacina da Covid-19 do mundo e a registrou no departamento nacional de saúde. Especialistas chineses acreditam que a velocidade com que a Rússia está se movendo para lançar a vacina reflete as preocupações da Rússia sobre o risco de agravamento da epidemia no inverno.

Chamada de Sputnik V, a vacina, desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa Gamaleya, passou nos testes necessários e construiu imunidade contra o novo coronavírus, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em uma reunião governamental na terça-feira.

Uma de suas filhas já foi injetada com a vacina, disse Putin, observando que sua filha está se sentindo bem e tem um alto nível de anticorpos.

A vacina deve fornecer imunidade ao novo coronavírus por até dois anos, informou o ministério da saúde russo.

Relatórios da mídia disseram se tratar de uma vacina de vetor de adenovírus. Ela entrou em testes clínicos em junho e concluiu os testes clínicos de fase 2 em 3 de agosto.

Nenhum dado sobre os testes foi divulgado até agora, o que despertou preocupações sobre sua segurança e eficácia entre alguns cientistas ocidentais. Eles questionaram se é um pouco apressado iniciar o registro enquanto os testes de fase 3 ainda estão em andamento.

Autoridades russas afirmaram à CNN no final de julho que estavam compilando dados científicos da vacina que seriam disponibilizados para revisão por pares e publicação no início de agosto.

A medida provavelmente ocorreu devido às preocupações do governo russo sobre o risco de uma piora da epidemia no inverno, de acordo com um imunologista de Beijing que pediu anonimato.

A Rússia relatou quase 900.000 casos confirmados, com cerca de 15.000 mortes até terça-feira.

Uma candidata à vacina recombinante do novo coronavírus (Ad5-nCoV) desenvolvida por uma equipe liderada pelo especialista em doenças infecciosas militar chinês Chen Wei e a empresa biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics Inc. recebeu uma aprovação de medicamento militar especial por um ano no final de junho, após os testes de fase 2.

Os especialistas anônimos disseram que a Rússia está aplicando um modo semelhante para facilitar o procedimento de aplicação da vacina, uma vez que cientistas de vários países alertaram para um segundo surto neste inverno.

Quanto à segurança e eficácia da candidata, o especialista se recusou a comentar, pois não há dados divulgados, no entanto, ressaltou que a Rússia possui alguns pontos fortes em pesquisa e desenvolvimento de produção biológica herdados da era soviética.

Tao Lina, um pesquisador de vacinas baseado em Shanghai, estimou uma chance de 90 por cento de sucesso para a candidata russa. Ele afirmou ao Global Times na terça-feira que é desnecessário estar excessivamente preocupado, pois deve ter passado nos testes adequados.

Autoridades russas disseram à Reuters em uma entrevista anterior que o país está planejando vacinações massivas já em outubro. O país planeja produzir internamente 30 milhões de doses de uma vacina experimental da Covid-19 neste ano, com potencial para fabricar mais 170 milhões para o exterior.

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