Fundação chinesa contribui para apoio no Líbano depois da explosão

Fonte: Diário do Povo Online    12.08.2020 09h32

 

O fumo criado pela explosão em Beirute na semana passada terminou, mas as consequências da tragédia assolam ainda o país, face às manifestações massivas alimentadas pela ira em torno da corrupção e do destino de 300,000 residentes desalojados depois do desastre.

O primeiro-ministro libanês e os membros do seu governo anunciaram a demissão na segunda-feira perante o descontentamento da população, que acorreu à rua aos milhares, culpando a negligência e corrupção governamentais pela explosão, apelando a uma revolução.

No entanto, não é certo que o afastamento do governo possa satisfazer uma população furiosa e que a situação se possa traduzir em reformas conclusivas para o sistema político do país, segundo analistas.

Vários edifícios governamentais, incluindo o Ministério das Relações Exteriores foram ocupados pelos manifestantes e Beirute enfrenta uma escassez aguda de bens de primeira necessidade, segundo Wang Ke, diretor-geral da Fundação de Bem-estar Público Pinglan, ao jornal Global Times na terça-feira.

“O pânico da população aquando da explosão tornou-se fúria. A explosão, alimentada pelos problemas econômicos e sociais de longa data, levou a uma expressão de indignação pública”, explica.

O fundo Pinglan está levando a cabo um plano de renovação em Beirute para ajudar 30 famílias pobres a reconstruir suas casas danificadas pelo impacto, um processo que deverá levar 2 meses e custar mais de $26,000.

A explosão catastrófica de 4 de agosto levou a pelo menos 158 mortes, mais de 6,000 feridos e 300,000 desalojados. Cerca de 21 estão ainda desaparecidos, de acordo com relatos da imprensa.

“Aqui vemos não só a dor causada pelo desastre, mas clivagens entre diferentes etnias e grupos sociais”, disse Wang.

O governo do Líbano anunciou que a explosão foi causada por mais de 2,000 toneladas de nitrato de amónio armazenadas em um armazem local desde 2014. Porém o presidente Donald Trump continua a sugerir que poderá ter sido um ataque propositado.

“A prioridade máxima agora é assegurar a vida das pessoas e estabilizar a sociedade. O governo libanês não deve ser comprometido por vozes externas que procuram politizar a questão”, avisou Zhu Weilie, o diretor do Instituto de Estudos do Médio Oriente da Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai.

O Líbano é afetado por disputas religiosas há décadas, e esteve envolvido em guerras civis por 15 anos entre 1975 e 1990. “O país não aguentava mais guerra”, disse Zhu ao Global Times na terça-feira.

De acordo com o 2020 World Economic Outlook divulgado pelo Fundo Monetário Internacional em abril, o produto interno bruto do Líbano vai contrair 12 por cento em 2020, supostamente a maior contração desde o fim da guerra civil de 15 anos do país.

Wang disse que o fundo Pinglan está trabalhando com voluntários locais para ajudar as vítimas da explosão. "O que podemos fazer é limitado, mas o suficiente para expressar nosso sentimento pelo povo de Beirute", disse ele.

A unidade médica das forças de paz chinesas no Líbano também disse que forneceria ajuda médica a Beirute após as explosões mortais no porto da capital libanesa após a explosão.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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