Por Beatriz Cunha
O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão afirmou na segunda-feira (3), em entrevista coletiva em São Paulo a correspondentes estrangeiros, que não teme a pressão dos Estados Unidos para decidir sobre a implementação da rede 5G da Huawei no Brasil.
O governo brasileiro ainda não definiu um posicionamento em relação à rede 5G da empresa chinesa Huawei, mas Mourão deixou claro que a decisão não levará em conta a pressão dos Estados Unidos.
“A hegemonia norte-americana é ameaçada em alguns aspectos pela potência em ascensão da China. Isso se traduz nessa discussão em torno do 5G, que sabemos que a empresa Huawei dispõe de capacidade acima de algumas concorrentes”, disse Mourão na coletiva, segundo vídeo publicado pela Jovem Pan.
O posicionamento de Mourão se deve à ameaça de “consequências” ao Brasil por parte dos EUA, numa tentativa de direcionar a decisão do Brasil sobre a permanência da Huawei nas redes de telecomunicações do país latino americano.
Mourão lembrou que “mais de um terço” das redes 4G atuais no Brasil já utilizam equipamentos da Huawei. E por isso, banir a Huawei prejudicaria as operadoras, já que elas precisariam substituir esse hardware.
O vice-presidente brasileiro afirmou que mesmo com a guerra comercial e tecnológica entre os EUA e a China, o Brasil pretende manter seus laços também com o lado norte-americano. Ele acrescentou que a decisão independe, inclusive, de quem vencerá a próxima eleição presidencial dos EUA.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia brasileiro Paulo Guedes, anteriormente afirmaram que o fator ideológico será de grande peso para a tomada de decisão, segundo noticiou o Teletime.
O Ministério das Comunicações, no entanto, deixou claro que a decisão será tomada apenas em 2021.