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Maowusu: uma história de sucesso no combate à desertificação

Fonte: Diário do Povo Online    14.08.2020 15h53

Há 70 anos, Maowusu estava repleto de terra amarela. Quando o vento chegava, formavam-se tempestades de areia que afetavam toda a região.

Essas dunas extensas de areia se tornou entretanto num manto verdejante de vida.

Índice de vegetação em julho de 2000. Foto: Administração Florestal Nacional

Índice de vegetação em julho de 2019. Foto: Administração Florestal Nacional

 

Sobrevivência

Um dia há mais de 30 anos atrás, Jiri Galatu, que trabalhava no exterior, ficou assustado ao ouvir sua mãe chorar.

A família de Jiri Galatu vive nas profundezas de Maowusu. Uma noite antes desse dia marcante, um vento forte lançou uma grande quantidade de areia ao ponto de bloquear a porta de casa. Os pais dele saíram pela janela e só no exterior puderam desimpedir a porta de casa.

Esta família foi atormentada pela areia por anos a fio. Jiri Galatu ainda se recorda dos tempos de criança em que se perdia a caminho da escola e em que eram precisos 4 dias para ir e voltar da cidade para comprar mantimentos. “Por onde quer que andasse, à minha volta era tudo areia”.

A noite traumática fez com que Jiri Galatu e sua esposa decidissem tentar plantar algumas plantas resistentes nas imediações.

O exterior de sua casa está agora repleto de erva e árvores, que deu lugar a um pasto de um rebanho de ovelhas e vacas.

Desde os anos 50 e 60, várias estações de controle florestal e agrícola foram estabelecidas em Shaanxi, Mongólia Interior e Ningxia para controlar o avanço da desertificação.

Em 1985, a Fazenda Florestal de Prevenção de Desertificação de Baijitan na cidade de Lingwu, em Ningxia, acolheu um novo mandatário, Wang Youde. Logo após assumir o cargo, ele não decidiu, porém, controlar a areia diretamente.

“O controle da pobreza deve anteceder o controle da desertificação”. Wang Youde percebeu que a reforma local era fundamental. Foram construídas fábricas de tijolos, viveiros e centros de serviços de engenharia para arborização e engenharia ecológica.

Os locais vivem agora com mais prosperidade e o verde voltou à região.

De acordo com as estatísticas, as três gerações do povo Baijitan acumularam 42 mil hectares de arborização, controlaram cerca de um milhão de mu de areia movediça e a taxa de cobertura florestal atingiu 41%.

Ecologia

Em Yulin, Shaanxi, uma floresta e base de plantação de frutas foram construídas numa antiga duna. A indústria florestal liderada por tâmaras vermelhas se tornou um importante pilar de crescimento econômico. Graças aos terrenos com grama abundante, Yulin se tornou a maior cidade de criação de ovelhas em áreas tradicionalmente não pastorais na China. Quanto aos recursos florestais e frutíferos, a indústria florestal tem trilhado o caminho do processamento intensivo, com a venda de proteína em pó de amêndoa, leite de amêndoa, café com tâmaras vermelhas e óleo de amêndoa.

A gestão das terras arenosas de Maowusu, que se estendem por Shaanxi, Mongólia Interior, e Ningxia, beneficiou particularmente.

A construção do cinturão de proteção "3 Norte", é uma fonte do controle das tempestades de areia que afetam Beijing e Tianjin. O controle da terra arenosa de Maowusu penetrou em uma série de projetos florestais importantes nacionais, ligando a ecologia da Bacia do Rio Amarelo, a região de Beijing-Tianjin-Hebei entre outras áreas.

Em 2019, o plano temático nacional de pesquisa e desenvolvimento "Avaliação Abrangente dos Benefícios de Projetos de Prevenção e Controle de Areia em Áreas de Deserto Semiárido" apontou o valor anual de vários serviços ecossistêmicos de pastagens, áreas florestais, terras aráveis e pântanos na região de Maowusu em 89,378 bilhões de yuans em 1990 e 195,889 bilhões de yuans em 2015.

A pesquisa mencionada acima prevê que o valor anual dos serviços ecossistêmicos do projeto ascenda a mais de 200 bilhões de yuans em 2020 e 2025. 

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