Os políticos norte-americanos correm o risco de cometer um "erro terrível" ao fomentar uma Guerra Fria geopolítica com a China, advertiu um renomado economista dos EUA.
"A última Guerra Fria foi perigosa o suficiente", disse Jeffrey Sachs, professor de economia da Universidade de Columbia e conselheiro sênior das Nações Unidas.
"Esta seria ainda mais perigosa. Ela está sendo completamente mal entendida e orientada, mas muitos americanos querem colocá-la na China e pensam que comandamos o show, o que é uma visão de pensamento muito perigosa", afirmou ele durante sua entrevista com a CNBC na segunda-feira.
Sachs observou que atacar a China se tornou uma estratégia bipartidária para ganho político nos Estados Unidos, mas uma Guerra Fria geopolítica com a China ameaçaria a segurança global em um período já tumultuado, pois a pandemia da COVID-19 continua sua propagação em todo o mundo.
"Embora a política seja um jogo, e muito difícil nos EUA, é um esporte incrivelmente perigoso também, e brincar com os fatos e as mentiras que estamos dizendo sobre a China atualmente terá consequências", disse Sachs à CNBC.
Sachs pediu que os líderes globais cooperem em questões como a mudança climática, à medida que a economia passa por um "período notavelmente agitado de ruptura e transição".
"Se encararmos sozinho como cada um está, vamos olhar para trás com muito pesar", enfatizou ele.
A China rejeita qualquer tentativa de criar uma chamada "nova Guerra Fria", porque isso vai contra os interesses fundamentais dos chineses e norte-americanos, bem como a tendência global na direção ao desenvolvimento e progresso, declarou o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, no início deste mês.
Qualquer um que tentar iniciar uma chamada "nova Guerra Fria" no século 21 estará no lado errado da história e só será lembrado como aquele que acabou a cooperação internacional, disse Wang à Xinhua em uma entrevista exclusiva.