O Banco Central do Brasil reduziu sua taxa básica de juros na quarta-feira (5) para um novo recorde, buscando ajudar a maior economia da América Latina a se recuperar da pandemia do novo coronavírus.

Um funcionário do Distrito Federal desinfeta uma escola pública como medida contra a disseminação do novo coronavírus em Brasília, em 5 de agosto de 2020. (Foto: AFP)

O banco reduziu a taxa Selic em quatro pontos percentuais, para dois por cento, e deixou a porta aberta para mais um corte "pequeno" em um ciclo de flexibilização que a reduziu constantemente de 6,5 por cento em junho de 2019.

Foi o nono corte consecutivo e ocorreu quando o Brasil se recuperou do impacto do novo coronavírus, que causou mais infecções e mortes do que qualquer em qualquer outro país, exceto nos Estados Unidos.

A pandemia afetou fortemente a economia brasileira, que sofreu perdas de 1,5% no primeiro trimestre e deve ter perdas de 5,7% este ano, segundo analistas consultados pelo banco central.

O banco está tentando impulsionar a economia cortando a taxa de juros, mas indicou estar preocupado com o fato de que muitos cortes gerem inflação excessiva e instabilidade financeira.

Indicadores recentes "sugerem uma recuperação parcial" da economia brasileira, informou o banco em seu comunicado.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) "avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia", afirmou.

Prevê-se que a taxa de inflação no Brasil fique em 1,63% no ano, bem abaixo da meta de 2,5 a 5,5% da meta do banco.

Enquanto isso, a economia brasileira mostra sinais experimentais de recuperação do pior da pandemia.

A produção industrial cresceu 17,9% de maio a junho – apesar de ter caído 13,5% desde março.