O presidente Xi Jinping anunciou na sexta-feira de manhã que o sistema de navegação por satélite Beidou da China foi concluído e começou a fornecer serviços globais em larga escala no próprio dia.
Xi, que também é secretário geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, declarou a conclusão da rede de terceira geração do sistema global de navegação e posicionamento em uma cerimônia no Grande Salão do Povo em Beijing.
Este é um novo marco na indústria espacial da China e também uma grande conquista nos esforços do país para impulsionar a ciência, tecnologia e a inovação, segundo os especialistas.
O Beidou é o maior sistema de navegação do país e uma das quatro redes de navegação global, juntamente com o GPS dos Estados Unidos, o GLONASS da Rússia e o Galileo da União Europeia.
Mais de 300.000 cientistas, engenheiros e técnicos de mais de 400 institutos, universidades e empresas nacionais estão envolvidos no desenvolvimento e construção do Beidou. Dezenas de cientistas ilustres da Academia Chinesa de Ciências e da Academia Chinesa de Engenharia participaram no programa, de acordo com os líderes do projeto.
No final de junho, o satélite final para completar a rede de terceira geração do Beidou foi colocado em órbita por um foguete Longa Marcha 3B no Centro de Lançamento de Satélites Xichang na província de Sichuan.
Após testes realizados no mês passado, o satélite, o 59º na família Beidou e o 30º na série de terceira geração, iniciou as operações formais, de acordo com o Escritório de Navegação por Satélite da China.
Desde 2000, um total de 59 satélites Beidou, incluindo os quatro primeiros experimentais, foram lançados a partir de Xichang, em 44 foguetes da série Longa Marcha 3.
O Beidou começou a fornecer serviços de posicionamento, navegação, tempo e mensagens para usuários civis na China e em outras partes da Ásia-Pacífico em dezembro de 2012. No final de 2018, começou a fornecer serviços básicos a nível global.
Atualmente, existem 30 satélites Beidou de terceira geração em três tipos de órbita - 24 em órbitas da Terra Média, três em órbitas de satélite geossíncronas inclinadas e três em órbitas geoestacionárias.
Existem também alguns satélites Beidou de segunda geração em operação que oferecem serviços regionais, disse o Escritório de Navegação por Satélite da China.
Linha cronológica:
1983 - Cientistas chineses renomados, liderados por Chen Fangyun, propõem a construção de um sistema experimental de posicionamento por dois satélites.
1989 - O conceito de sistema experimental é demonstrado e verificado por dois satélites de comunicações chineses operando em órbita.
Fevereiro de 1994 - O governo aprova e inicia a pesquisa e o desenvolvimento de um sistema de navegação e posicionamento espacial, com o objetivo de mitigar a forte dependência do país em redes estrangeiras. O sistema é chamado "Beidou".
Outubro de 2000 - A China lança o primeiro satélite Beidou. Em dezembro daquele ano, o segundo satélite Beidou decola para se juntar ao primeiro para estabelecer um sistema experimental. Em maio de 2003 e fevereiro de 2007, outros dois satélites experimentais decolam para participar em testes.
Abril de 2007 - É lançado o primeiro satélite de produção em massa Beidou, também o primeiro de sua série de segunda geração.
Dezembro de 2012 - O Beidou começa a fornecer serviços de posicionamento, navegação, cronometragem e mensagens para usuários civis na China e em outras partes da Ásia-Pacífico.
Novembro de 2017 - São lançados os dois primeiros satélites Beidou de terceira geração.
Dezembro de 2018 - O Beidou começa a fornecer serviços globais básicos.
Junho 2020 - O satélite final para concluir o lançamento da rede Beidou de terceira geração.
Julho de 2020 - O Beidou começa a fornecer serviços em grande escala.
