A China fez uma nova descoberta na luta contra a pandemia de coronavírus, tendo o China National Biotec Group (CNBG) anunciando na quarta-feira que uma unidade de produção de vacinas do seu instituto afiliado de produtos biológicos de Beijing passou nos exames realizados.

A instalação foi certificada e está agora disponível para produção, disse a CNBG, afiliada do China National Pharmaceutical Group, em declarações ao Global Times.

O instituto de Beijing levou apenas dois meses para concluir a construção da instalação, em 15 de abril. Os departamentos governamentais relacionados realizaram um exame completo de biossegurança da oficina de produção em julho e concluíram que atendia aos padrões nacionais, podendo entrar em operação para produção em massa de vacinas da Covid- 19.

Após o início das operações da oficina de fabricação de Beijing e de outra instalação de produção pertencente ao instituto de produtos biológicos do CNBG em Wuhan, o CNBG será capaz de garantir uma capacidade anual de 220 milhões de doses de vacinas, de acordo com a entidade responsável.

As 220 milhões de doses serão utilizadas primeiramente em equipes médicas e no pessoal que trabalha em aeroportos e postos fronteiriços, disse Tao Lina, pesquisadora de vacinas de Shanghai, ao Global Times na quarta-feira.

"É possível que a China tenha a vacina Covid- 19 já no final de outubro, já que algumas vacinas fabricadas no país entraram na fase três dos ensaios clínicos e precisam de cerca de um mês para observar seus efeitos nas amostras", disse Tao.

Após garantir uma determinada quantidade de vacinas para as reservas estratégicas da China, a exportação poderá ser considerada, observou Tao, acrescentando que países como as Filipinas e o Brasil são destinos potenciais.

A Sinopharm irá lançar o quarto principal teste da vacina Covid-19 no Brasil e buscará aprovação regulatória em breve, informou a Reuters em 30 de julho.

A vacina candidata da empresa já está sendo testada nos Emirados Árabes Unidos com 15.000 voluntários locais, incluindo cidadãos dos Emirados Árabes Unidos e expatriados desde meados de julho.

Em outra etapa importante, a empresa alemã BioNTech e seu parceiro chinês Shanghai Fosun Pharmaceutical anunciaram na quarta-feira que 72 participantes do estudo receberam uma dosagem de BNT162b1, um candidato a vacina Covid-19 baseado na tecnologia de mRNA da BioNTech, após ter recebido aprovação dos reguladores chineses. As duas empresas estão também desenvolvendo em conjunto o candidato da vacina contra o coronavírus na China.

Em outro sinal de progresso, cientistas das regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau anunciaram na segunda-feira um avanço no desenvolvimento de uma vacina recombinante contra a Covid-19, prevendo que a produção em massa seja viável a baixo custo no futuro.

Um porta-voz do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação disse no final de julho que a China tem 13 empresas que iniciaram a capacitação para vacinas de Covid-19 e nove foram aprovadas para iniciar ensaios clínicos.

Os avanços do país na pesquisa e fabricação de vacinas Covid-19 traduziram-se em ganhos notáveis nas cotações bolsistas de farmacêuticas.

As ações da Fosun Pharmaceutical, listada em Shanghai, aumentaram 10% em um dia, fechando em 74,01 yuan na quarta-feira com um ganho anual de 182%.

Em outro sinal de que o mercado de capitais do país deve financiar sua capacidade biotecnológica, a CanSino Biologics, negociada em Hong Kong, deve estrear no conselho de tecnologia da STAR Market em Shanghai, tornando o fabricante da vacina a primeira empresa de vacinas com listagem dupla na China.

A CanSino Biologics revelou no final de junho que uma nova vacina recombinante para a Covid-19 desenvolvida por uma equipe de pesquisa militar recebeu uma aprovação especial de um ano para uso militar.