Por ocasião da 146ª sessão do conselho executivo da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o diretor-geral da instituição, voltou a comentar a situação do coronavírus.
Os comentários surgiram com base nos dados mais recentes que, à data da escrita deste artigo, se situam nos 20,471 casos confirmados na China e 425 mortes. Fora da China existem 176 casos em 24 países, com uma morte registrada nas Filipinas.
O diretor começou por realçar que 99% dos casos existentes se situam na China e 97% das mortes ocorreram na província de Hubei, onde se situa a cidade de Wuhan, o “epicentro” do acontecimento. “Isto é, portanto, uma emergência para a China”.
Apesar dos números indicarem que a gravidade do problema se centra fundamentalmente na China, Ghebreyesus considera que “o risco continua alto. Este é o momento para todos os países se prepararem” para a eventualidade da chegada do vírus ao seu território.
A OMS está coordenando várias iniciativas de apoio, designadamente, o envio de materiais aos países mais vulneráveis, mobilização de equipes de especialistas, pesquisa por possíveis vacinas e medicamentos, entre outros.
“Estamos também reforçando a nossa capacidade de comunicação para contrariar a dispersão de rumores e desinformação, e assegurar que todas as pessoas recebem dados precisos, confiáveis para se protegerem e a suas famílias”, assegurou.
Ghebreyesus apelou a uma partilha de dados mais eficiente, dado que muitos países desenvolvidos não têm, aparentemente, cumprido com as expectativas previstas no que concerne à agilização da partilha de dados.
“Apenas conseguiremos vencer este surto com solidariedade global, e isso começa com a participação coletiva na vigilância global. O compromisso com a solidariedade começa com a partilha de informação. Solidariedade, solidariedade, solidariedade”, afirmou.
Face à onda de medo e apreensão, provocados por campanhas de desinformação, alguns países têm vindo, segundo o diretor-geral, a adotar medidas restritivas irracionais, negligenciando os Regulamentos Internacionais de Saúde, sem “benefícios para a saúde pública”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu uma maior coordenação entre os setores público e privado no “desenvolvimento de diagnósticos, medicamentos e vacinas para controlar este surto”.
O diretor-geral terminou a sua alocução elogiando as medidas tomadas pela China “no epicentro, na fonte. Vamos por isso usar esta oportunidade para prevenir a sua propagação, para controlar situação. Não deixemos escapar esta janela de oportunidade”, concluiu.