Promotoria brasileira denuncia 16 pessoas pela tragédia de Brumadinho que deixou 270 mortos

Fonte: Xinhua    22.01.2020 13h54

Rio de Janeiro, 21 jan (Xinhua) - O Ministério Público de Minas Gerais denunciou nesta terça-feira 16 pessoas por homicídio doloso duplamente qualificado pelo rompimento da barragem de resíduos minerais da companhia Vale em Brumadinho que deixou 270 mortos em 25 de janeiro de 2019.

Entre os denunciados se encontra Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale, maior produtora e exportadora de minério de ferro do mundo, bem como a própria Vale e a empresa alemã de inspeções e certificações TÜV SÜD responsável pela certificação da segurança da barragem.

As 16 pessoas, a Vale e a TÜV SÜD também foram denunciadas pelos seguintes crimes ambientais: crimes contra a fauna; crimes contra a flora; e crime de poluição.

Em 25 de janeiro de 2019, a barragem de resíduos minerais da Vale na cidade de Brumadinho se rompeu e provocou uma avalanche de lama e resíduos que arrasou tudo que encontrou em seu caminho por vários quilômetros e deixou 270 mortos, dos quais 259 foram localizados e 11 permanecem desaparecidos.

Em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, o Ministério Público assegurou que a Vale e a empresa de consultoria TÜV SÜD emitiram declarações falsas sobre as condições de estabilidade de pelo menos dez depósitos de resíduos, entre eles o de Brumadinho.

Segundo a promotoria, desde novembro de 2017 as duas empresas ocultavam informações sobre a situação destas instalações.

"Era uma lista mantida em segredo, internamente, pela Vale. Uma lista de depósitos em 'situação inaceitável de segurança'", explicou o coordenador do núcleo do Ministério Público que investigou o caso, William Garcia Pinto Coelho.

Para os promotores, havia uma "caixa preta" na Vale que omitia o risco real de algumas das estruturas. Segundo eles, após o rompimento, a mineradora adotou "várias medidas de forma notória" em outras de suas barragens para evitar uma situação igual.

A tragédia é considerada como uma das piores da história do Brasil, tanto pelo número de vítimas que causou, como pelo dano ambiental que a onda de lama provocada pelo rompimento proporcionou, matando milhares de animais e destruindo parte do ecossistema em um raio de centenas de quilômetros quadrados.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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