Davos, 20 jan (Xinhua) -- O progresso da China na erradicação da pobreza é sem precedentes e seu esforço para promover o multilateralismo deve ser abraçado por todos os membros da comunidade global em prol do desenvolvimento comum, disse o presidente do Fórum Econômico Mundial (FEM).
Este ano marca o 50º aniversário do FEM, também conhecido como Fórum de Davos, que reuniu políticos, empresários e representantes de círculos sociais e culturais para encontrar soluções para os problemas mundiais.
No centro da reunião em andamento do FEM, estão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
"Os objetivos são muito ambiciosos. O objetivo geral é erradicar toda a pobreza extrema até 2030", sobre a qual a China tem um histórico impressionante, disse à Xinhua, Borge Brende, um experiente político e diplomata norueguês.
Em décadas, "vimos mais pessoas saindo da pobreza extrema na China, talvez 800 milhões de pessoas. Nunca vimos esse número de pessoas saindo da pobreza extrema na história da humanidade", então essa é "uma grande conquista da China ", disse Brende.
Brende disse que, embora a China esteja se desenvolvendo muito rapidamente, ainda existem algumas regiões pobres do país, o que torna o crescimento econômico do país mais complexo. "Portanto, a China precisa continuar crescendo... o crescimento agora precisa cuidar mais da água e do ar limpos. Também precisa criar empregos mais além na cadeia de valor", disse Brende.
"Será muito interessante acompanhar o progresso da China, como sua população continuará prosperando, mas de forma equilibrada com natureza e inclusão", acrescentou ele.
Para garantir que o mundo cumpra os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Brende disse que concordou com os comentários do presidente chinês, Xi Jinping, em Davos há três anos atrás que, diante de desafios comuns, onde multilateralismo e colaboração são o caminho a percorrer.
"O pré-requisito para o crescimento econômico, também enfatizado pelo presidente Xi em Davos em 2017, é que precisamos continuar negociando", disse Brende, acrescentando que "mendigar seu vizinho" não funciona.
Brende observou que "o que funciona é você prosperar com seu próximo, e é isso que fizemos através da globalização, através do comércio em comum".
O sistema multilateral precisa se renovar porque o mundo mudou. Este ano será o primeiro ano em que a Ásia representa mais de 50 por cento do PIB global, ele afirmou.
Segundo o FEM, em 2020, o PIB da Ásia ultrapassará o PIB do resto do mundo junto. Até 2030, a região deverá contribuir com cerca de 60 por cento do crescimento global.
O caminho a seguir para o mundo deve ser o multilateralismo e o trabalho conjunto, não o chamado "desacoplamento" entre a China e os Estados Unidos, destacou ele.
"Aqui esperamos que não haja desacoplamento... Espero que a China e os EUA possam se inspirar no acordo comercial que foi assinado em Washington D.C., na semana passada e continuem trabalhando juntos. Competir um pouco é bom, mas também como no esporte, você precisa colaborar com aqueles com quem está competindo com um bom espírito esportivo".