O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu alta neste domingo após ser hospitalizado com urgência no dia 10 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para uma operação de hemorragia craniana interna e poderá trabalhar normalmente, embora durante o período de tratamento ele deva evitar longas viagens de avião, informaram seus médicos.

"Devido ao quadro, devido à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, então, para a felicidade minha e de toda a nossa equipe, o presidente está de alta hospitalar e deve voltar para casa já", afirmou a médica Ana Helena Germoglio, ao anunciar a alta em entrevista coletiva.

"Ele poderá trabalhar fazendo reuniões, os trabalhos que costuma fazer, reunindo-se com ministros, o que tiver que fazer. Ele não pode fazer atividade física no momento, nem fazer viagens internacionais para período de recuperação", disse seu médico, Roberto Kalil Filho.

A equipe médica tinha acabado a entrevista quando o próprio presidente apareceu, de surpresa, no auditório, acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, usando um chapéu na cabeça.

Em declarações aos jornalistas, Lula, de 79 anos, disse que teve um "grande susto" com os sintomas e a urgência com que foi transferido de Brasília para São Paulo a fim de realizar a operação de emergência na madrugada de terça-feira, na sequência de um hematoma craniano interno provocado por uma pancada que sofreu na cabeça, no dia 19 de outubro, em um acidente doméstico.

"Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo", disse Lula, usando um chapéu que, segundo explicou, o ajuda a não expor as feridas. "Fiquei assustado com a quantidade de líquido que havia na minha cabeça e tive que me submeter a uma cirurgia", disse o presidente.

"Agradeço à equipe de médicos e enfermeiros que cuidaram de mim não como paciente, mas como irmão", disse o fundador do Partido dos Trabalhadores.

Lula agradeceu as orações e mensagens de carinho que recebeu durante sua internação, além de perdoar quem espalhou mensagens de ódio pelas redes sociais.

O presidente trabalhará a partir deste domingo em sua residência na cidade de São Paulo até a próxima quinta-feira, quando fará uma tomografia para poder ter "sinal verde" e assim voltar a Brasília, para trabalhar no Palácio do Planalto, sede do governo.