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Acadêmicos portugueses elogiam prática bem-sucedida de "um país, dois sistemas" em Macau

Fonte: Xinhua    16.12.2024 11h01

O princípio "um país, dois sistemas" vem beneficiando tanto a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) quanto a China, o que é o charme dessa política, disse Francisco José Leandro, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau.

"Um país, dois sistemas" foi proposto pelo falecido líder chinês Deng Xiaoping na década de 1980 em um esforço para realizar a reunificação pacífica da China.

De acordo com Deng, "um país, dois sistemas" significa que há apenas uma China no mundo e, sob esta premissa, a parte continental adere ao sistema socialista enquanto Hong Kong, Macau e Taiwan podem manter seus sistemas capitalistas ao longo de muito tempo.

O princípio foi implementado na RAEM a partir de 20 de dezembro de 1999 e este ano marca o 25º aniversário do retorno de Macau, que esteve por séculos sob o domínio português, à sua pátria China.

Numa entrevista exclusiva à Xinhua, Leandro elogiou a prática bem-sucedida de "um país, dois sistemas" em Macau e descreveu o princípio como uma fórmula mágica.

"É claro que Macau não é um Estado soberano, mas a solução encontrada pela Declaração Conjunta Sino-Portuguesa de 1987 e a Lei Básica da RAEM, como uma extensão do 31º Artigo da Constituição da China, criaram uma entidade legal que é muito única", observou ele.

Ecoando os comentários de Leandro, João Simões, professor assistente em pesquisa dos países de língua portuguesa da Universidade da Cidade de Macau, disse que o princípio "um país, dois sistemas" implementado na RAEM nos últimos 25 anos foi uma grande inovação e foi essencial para o desenvolvimento da região.

Simões destacou duas dimensões do princípio em uma entrevista exclusiva à Xinhua.

"A primeira é a possibilidade de a RAEM estabelecer relações com entidades externas em áreas econômicas, culturais, científicas e tecnológicas, entre outras, e a segunda está relacionada com a preservação e valorização da cultura local, que é fruto de diversas influências históricas", explicou Simões.

Conforme ele, essas duas dimensões são fundamentais para a manutenção da especificidade de Macau e para seu desenvolvimento sustentável no longo prazo.

Ambos chegando a Macau em 2012, os dois acadêmicos portugueses testemunharam as mudanças da região.

Nos últimos 12 anos, Macau passou por um desenvolvimento significativo com investimento governamental em melhorias de infraestrutura, como a construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e de novas instalações de saúde e educação, declarou Simões.

"O desenvolvimento futuro de Macau parece promissor quando refletimos sobre os últimos 25 anos desde 1999", acrescentou.

Leandro também é muito otimista quanto ao futuro da região, que tem se integrado ativamente nas estratégias de desenvolvimento nacionais, como a construção da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau, em Hengqin.

Ele considera a Grande Área da Baía um centro de produção de habilidades. "Habilidades significam as capacidades de inovação, comunicação e pesquisa, que são importantes para o futuro da Grande Área da Baía e de Macau", acrescentou.

Concentrando-se em estudos sobre a Iniciativa Cinturão e Rota, países de língua portuguesa e relações internacionais e geopolítica, Leandro acredita que a Grande Área da Baía trará nova vitalidade para Macau.

"A Grande Área da Baía possui grande mercado, alta tecnologia e pessoas com habilidades. Todas essas características são necessárias nos países de língua portuguesa", ressaltou ele.

Em dezembro de 2023, as autoridades chinesas divulgaram o Plano de Desenvolvimento Geral da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin.

Simões observou que o plano proporcionou oportunidades importantes para fortalecer as relações econômicas entre a China e os países de língua portuguesa e, de forma mais ampla, apoiou o papel de Macau como uma plataforma sino-lusófona.

De acordo com o Balanço da Ação Governativa do 5º Governo da RAEM, a integração na conjuntura do desenvolvimento nacional constitui um dever inerente à implementação do princípio "um país, dois sistemas" na nova era, sendo também a chave para um novo caminho, um novo espaço e uma nova dinâmica do futuro desenvolvimento da RAEM. 

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