Enquanto o primeiro trem China-Europa de Chongqing acelera em direção à Europa, o documentário multilíngue "Uma Jornanda Fantástica do Trem de Alta Velocidade na China" também atraiu a atenção do público no Brasil.
A 9ªMostra de Cinema Chinês de São Paulo, que durou mais de dois meses, chegou ao fim recentemente. Na última master class de encerramento do festival de cinema, a palestrante Cecilia Melo, professora do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo no Brasil, focou na "Ferrovia de Alta Velocidade da China" e convidou Tan Mengsha, a diretora de "Uma Jornanda Fantástica do Trem de Alta Velocidade na China" e a produtora Li Yan conduziram a discussão.
O filme foi produzido em conjunto pelo Centro de Intercâmbio e Cooperação de Línguas Estrangeiras Chinesas do Ministério da Educação e pela Rádio e Televisão de Chengdu. Ele conta a história da ferrovia de alta velocidade chinesa comum e da China a partir da perspectiva de Garrett H. Jones, um escritor americano que mora em Chengdu há 17 anos.
"Do antigo trem verde ao extremamente moderno trem Fuxing, que impacto as mudanças ferroviárias da China tiveram na preservação da cultura nacional chinesa, na logística e distribuição e na vida urbana interconectada?"
No documentário, Garrett H.Jones visitou Chengdu e Chongqing, duas supercidades no interior sudoeste da China. Nos últimos 70 anos, desde a Ferrovia Chengdu-Chongqing, a primeira ferrovia projetada e construída de forma independente pela China, até a Ferrovia de Alta Velocidade Chengdu-Chongqing, com velocidade de 350 quilômetros por hora, os dois lugares deixaram de ser um abismo natural para se tornar uma via pública.
"As pessoas em Chengdu e Chongqing são muito afetuosas com as estradas, porque antes não existiam estradas", disse Sun Yisun, um veterano ferroviário de 92 anos, que contou sua experiência participando da construção da Ferrovia Chengdu-Chongqing em 1950 no filme.
“O martelamento manual de aço só podia avançar alguns metros por dia", disse Li Bibo, um jovem ferroviário, apresentando uma máquina de proteção de túneis que desempenhou um papel importante na construção da Ferrovia de Alta Velocidade Chengdu-Chongqing. Ela tem "14 metros de altura e a velocidade de abertura de túneis pode chegar a 16 metros por dia", explicou ele.
Na opinião de Cecília, nos últimos anos, os intercâmbios e a cooperação econômica, comercial e cultural China-Brasil têm sido vigorosos, e os povos dos dois países têm orado cada vez mais por uma compreensão mais profunda um do outro.
O documentário sobre a ferrovia de alta velocidade conta a história de pessoas comuns que lutam por seus sonhos, toca a natureza humana e contém o código das grandes mudanças da China, estimulando o forte interesse do público brasileiro no desenvolvimento da China, observou Cecília.
"Este filme não é apenas um documentário sobre o desenvolvimento da ferrovia de alta velocidade, mas também uma demonstração vívida do espírito de luta e paixão pela pátria do povo chinês", disse Tan Mengsha ao analisar seu pensamento criativo sobre a ferrovia de alta velocidade.
O processo de construção foi cheio de desafios e dificuldades, “mas é essa história real que dá ao filme um poder emocional mais profundo”, observou Tan.
Thales, um espectador brasileiro de 27 anos, disse que a ferrovia intermunicipal que liga São Paulo, a maior cidade do Brasil, e Campinas, a cidade do "Vale do Silício" do Brasil, foi construída por uma empresa chinesa. Segundo ele, após assistir ao filme, passou a ter uma compreensão muito concreta da felicidade que a ferrovia proporciona.
Fora das telas, os trens de carga China-Europa deram à antiga ferrovia Chengdu-Chongqing uma nova missão de conectar o mundo. Atualmente, os trens de carga China-Europa chegaram a mais de 30 países na Europa e na Ásia. A cerimônia de chegada do 100.000º trem de carga China-Europa foi realizada em 3 de dezembro em Duisburg, Alemanha.
O primeiro trem de carga China-Europa de Chongqing no corredor intermediário retomou as atividades na sexta-feira (6), passando pela Turquia e eventualmente chegará à Hungria, Alemanha e outros países europeus.
Ye Dan, diretora chinesa do Instituto Confúcio da Universidade Estadual de São Paulo, no Brasil, disse que o filme usa luz e sombra para contar a história do trem de alta velocidade, explorando a trajetória da China e demonstrando vividamente um novo paradigma no processo de modernização do mundo.