O Brasil disponibilizará mais de 1 trilhão de reais (US$ 165 bilhões) em recursos para o setor de biocombustíveis nos próximos dez anos, o que deverá posicioná-lo como uma potência mundial no setor, segundo afirmou o governo.

O Ministério das Minas e Energia divulgou nesta terça-feira a Nota Técnica "Investimentos e Custos de Operação e Manutenção no Setor de Biocombustíveis", na qual detalha os números dos investimentos (CAPEX), estimados em 100 bilhões de reais (US$ 16,5 bilhões), e custos operacionais (OPEX), que totalizam 924 bilhões de reais (US$ 152,46 bilhões) no período de 2025 a 2034.

Para o ministro Alexandre Silveira, o estudo demonstra o legado de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico trazido pela nova lei de biocombustíveis recentemente aprovada.

"Estamos marcando o início de uma nova era para o setor energético brasileiro com o Combustível do Futuro. Os números demonstram o potencial transformador dos biocombustíveis, não apenas para impulsionar a economia, mas também para colocar o Brasil na vanguarda da transição energética global. Continuaremos aliando nossa incomparável vocação de produção de combustíveis verdes à responsabilidade ambiental e ao crescimento sustentável", afirmou Silveira.

O estudo abrange diversas áreas, como o aumento da produção de etanol, biodiesel, biometano e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), além de inovações como diesel verde e bio-CCS (captura e armazenamento de carbono biogênico).

Entre os destaques, só a produção de etanol representa 59% dos investimentos previstos, incluindo novas fábricas e a modernização das instalações existentes.

A Lei dos Combustíveis do Futuro promove a produção nacional, alinhando o Brasil às metas globais de descarbonização. Para o etanol de cana, por exemplo, os investimentos na formação de lavouras de cana e na expansão da capacidade industrial ultrapassam os 59 bilhões de reais (US$ 9,735 bilhões).

No segmento de biodiesel, impulsionado por mandatos progressivos de mistura obrigatória, 14,5 bilhões de reais (US$ 2,392 bilhões) serão alocados em investimentos e 77,5 bilhões de reais (US$ 12,788 bilhões) em custos operacionais.

No setor de combustíveis sustentáveis para aviação, os projetos já anunciados poderão gerar investimentos de 17,5 bilhões de reais (US$ 2,887 bilhões), consolidando o Brasil como player global na descarbonização do transporte aéreo.