O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou no sábado que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem como único objetivo "aniquilar os palestinos" e não está interessado em resolver o conflito na Faixa de Gaza.
"O primeiro-ministro de Israel não quer resolver o problema. Ele quer aniquilar os palestinos. Em cada gesto dele, em cada ato dele. Vamos ver se ele vai cumprir a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), vamos ver se ele vai cumprir a decisão tirada da ONU agora", afirmou o presidente em entrevista a jornalistas brasileiros na Itália onde participou de agenda na Cúpula do G7.
As declarações de Lula se referem à decisão do procurador-chefe do TPI, Karim Khan, de solicitar mandados de prisão contra Netanyahu, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e os líderes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammad Deif e Ismail Haniyeh por crimes de guerra e contra a Humanidade cometidos durante a guerra na Faixa de Gaza.
A fala do presidente brasileiro também faz alusão à resolução de cessar-fogo no conflito entre Israel e o grupo Hamas, aprovada na última segunda-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). A proposta prevê o fim da violência, a libertação dos reféns, a retirada das forças israelenses das áreas mais populosas de Gaza e a autorização para que famílias palestinas retornem às suas casas.
Lula reiterou que a ação militar de Israel na Faixa de Gaza "é um genocídio contra mulheres e crianças" e defendeu que os palestinos devem construir sua pátria e conviver "harmonicamente com o povo judeu".
O presidente afirmou ainda que o conflito no Oriente Médio somente será solucionado quando Israel aceitar as resoluções da ONU para permitir a criação de um Estado Palestino.
"Por isso que nós defendemos uma mudança na ONU, porque a ONU, quando ela tomar decisão, tem que ser cumprida. Só será resolvido o conflito no Oriente Médio, entre o governo de Israel e o povo palestino no dia em que a ONU tiver força para implementar a decisão que demarcou o território em 1967 e deixar os palestinos construírem sua pátria livremente", ressaltou Lula, acrescentando que "a ONU está fragilizada".
Segundo o presidente brasileiro, o caso da ação militar de Israel na Faixa de Gaza "demonstra a necessidade de uma reforma nos organismos multilaterais, como a própria ONU".