O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na sexta-feira que, dada a escala da atual pandemia de COVID-19, a OMS acredita que muitas pessoas serão afetadas pela "condição pós-COVID", também conhecida como "Long COVID".
Falando em uma conferência de imprensa virtual, ele também disse que a melhor maneira de prevenir essa condição é primeiramente prevenir o COVID-19.
De acordo com o chefe da OMS, no início desta semana o órgão realizou uma reunião global de pacientes, especialistas clínicos e outras partes interessadas para avançar na compreensão do "Long COVID".
Esta reunião, a primeira de várias, teve como foco chegar a um acordo sobre uma descrição clínica da condição, que será importante para os especialistas a diagnosticarem e tratarem, disse Tedros.
O "Long COVID" afeta pacientes graves e leves com COVID-19, disse Tedros. "Parte do desafio é que os pacientes com Long COVID podem ter uma variedade de sintomas diferentes que podem ser persistentes ou ficar indo e voltando".
A dra. Janet Diaz, especialista da equipe Preparação para Cuidados de Saúde da OMS, disse em outra entrevista coletiva que a condição pós-COVID-19 era um grupo heterogêneo de sintomas que podem ocorrer até seis meses após a doença.
De acordo com a especialista, laudos mostraram que os sintomas mais comuns eram fadiga, mal-estar após esforços e disfunção cognitiva, às vezes descrita como "névoa cerebral".
Falta de ar, tosse, complicações mentais e neurológicas também foram relatadas, disse ela.
A dra. Diaz explicou que os pacientes com essa condição "poderiam ter sido pacientes hospitalizados", mas também aqueles com sintomas leves, que foram tratados em ambientes ambulatoriais.
"Ainda é necessário entender melhor essa condição. Ainda não está claro quem está em maior risco e por que isso está acontecendo primeiramente", disse ela.