Em um discurso ao Bundestag (parlamento) alemão na quinta-feira, a chanceler Angela Merkel admitiu que seu governo estava "muito hesitante" no tratamento da segunda onda de COVID-19.
"Não fechamos a vida pública cedo ou sistematicamente em meio aos sinais de uma segunda onda e advertências de vários cientistas", disse ela.
Após um abrandamento da situação de COVID-19 na Alemanha no verão passado, o número de infecções aumentou novamente no outono, quando a segunda onda atingiu o país. "Então, não fomos cuidadosos e nem rápidos o suficiente", reconheceu Merkel.
O número de novas infecções por COVID-19 permaneceu abaixo do nível da semana anterior, com 10.237 novas infecções relatadas na quinta-feira, segundo o Instituto Robert Koch (RKI). Até o momento, mais de 2,31 milhões de infecções foram oficialmente registradas na Alemanha desde o início da pandemia.
O número de novas infecções relatadas em sete dias por 100.000 habitantes continuou caindo e chegou a 64 em todo o país na quinta-feira, de acordo com o RKI. O pico foi alcançado pouco antes do Natal, quase 200.
"Percorremos um longo e difícil caminho neste ano de pandemia", enfatizou Merkel. Embora tenha sido alcançada a necessária reversão de tendência, a "grande maioria das medidas adotadas deve ser mantida de forma consistente".
Na quarta-feira, Merkel e líderes dos estados federais decidiram estender a quarentena para conter a pandemia de COVID-19 por mais três semanas, pelo menos até 7 de março.
Por conta do perigo das novas mutações do vírus, a flexibilização das atuais medidas restritivas, como a reabertura do varejo, só aconteceria quando a incidência de sete dias se mantivesse estável em 35, segundo o governo. Anteriormente, o valor de referência era 50.