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Enfermeira brasileira viraliza após tomar vacina chinesa contra Covid-19

Fonte: Diário do Povo Online    09.02.2021 13h17

Monica Calazans, recebe a primeira dose da vacina chinesa CoronaVac no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em 17 de janeiro de 2021.

A enfermeira brasileira Monica Calazans, de 54 anos, "viralizou" recentemente. Suas fotos foram publicadas nas manchetes de várias mídias brasileiras. Muitos meios de comunicação estrangeiros também a entrevistaram.

Calazans é um “caso duplo" do grupo de alto risco para o novo coronavírus – ela atua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de São Paulo, e tem diabetes.

No dia 17 de janeiro, a enfermeira se tornou a primeira brasileira a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ela foi vacinada com a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan do Brasil em parceria com a Sinovac Biotech da China. Atualmente ela aguarda a segunda dose.

"É uma grande honra ser a primeira pessoa no país a ser vacinada contra a Covid-19. Represento um grupo de médicos que está lutando na linha de frente da epidemia", disse Calazans a repórteres da Agência de Notícias Xinhua.

Atualmente, o número acumulado de casos confirmados de Covid-19 no Brasil ocupa o terceiro lugar no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Índia. O número de mortes é inferior apenas ao total dos Estados Unidos.

Cidadãos usam máscaras no metrô de São Paulo, Brasil, em 28 de janeiro de 2021.

A enfermeira Calazans já havia participado do ensaio clínico da Fase III da vacina de Oxford no Brasil.

"Quando os voluntários foram recrutados para o ensaio clínico, não hesitei em me inscrever. Um dos motivos mais diretos foi que na ocasião meu irmão foi diagnosticado com Covid-19. Além disso, sou do corpo médico e quero contribuir para reduzir a mortalidade”, disse ela.

Assim como Calazans, todos os participantes do ensaio clínico de fase III no Brasil são médicos e fazem parte do grupo de alto risco em vários aspectos. Os resultados de estudos clínicos no Brasil mostram que a vacina CoronaVac tem 100% de proteção contra, moderados e hospitalizações.

Integrante da equipe médica exibe a vacina chinesa contra a Covid-19 em Tabatinga, Amazonas, Brasil, em 19 de janeiro de 2021.

Calazans havia sido integrada ao grupo de controle, mas agora já conta com a proteção real da vacina da China, que ela afirma ser “super segura".

"Depois da primeira dose da vacina chinesa, não tive nenhuma reação adversa. Espero que minha mãe e minha avó possam tomar a vacina imediatamente. Se todo o Brasil se vacina até o final do ano, teremos um Natal diferente de 2020", afirmou Calazans esperançosa.

Primeira indígena a tomar a vacina contra Covid-19, Vanusa Kaimbé, recebe a CoronaVac no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Outra brasileira a ser vacinada com Calazans foi a enfermeira indígena Vanusa Kaimbé, natural de uma aldeia indígena da Bahia, no nordeste do Brasil, e que se estabeleceu no Estado de São Paulo há 33 anos.

Como a primeira indígena a tomar a vacina contra a Covid-19, Kaimbé também se tornou popular inesperadamente. "Muitos canais de TV me chamam para entrevista. Se isso pode salvar mais vidas, eu definitivamente irei contribuir."

"Desde a eclosão da epidemia da Covid-19, comecei a me preocupar. Os indígenas são um dos grupos de alto risco." Kaimbé afirmou estar muito feliz por estar vacinada e "realmente protegida".

Equipe médica vacina um povo indígena com a CoronaVac, a vacina chinesa contra a Covid-19, em Tabatinga, Estado do Amazonas, Brasil, em 19 de janeiro de 2021.

Durante a epidemia, infelizmente ela sofreu com a morte de dois primos que tiveram Covid-19. Por isso, Kaimbé não apenas se vacinou, mas incentivou outros indígenas a se vacinarem também. Segundo ela, essa é a melhor homenagem que se pode fazer a um parente falecido.

"Devemos acreditar na ciência, acreditar nas vacinas", disse Kaimbé. 

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