O ator e bailarino, Vittor Fernando, de 26 anos, havia realizado audições para musicais e outros trabalhos artísticos em janeiro e fevereiro de 2020, no entanto, enquanto aguardava os resultados, a pandemia da Covid-19 despontou e mudou sua perspectiva.

Vittor afirma que todos os trabalhos que tinha adiante foram cancelados e ele se viu completamente sem emprego. “Eu fiquei em choque. Pensei: vou pirar”, ele disse à BBC News Brasil, segundo reportou o G1.

Vários setores foram afetados devido à pandemia da Covid-19, e para evitar aglomerações, teatro, cinema e shows foram suspensos.

Vittor saiu da região central de São Paulo (SP) e voltou para a casa da mãe, na periferia do município de Poá, no extremo leste da Grande São Paulo, o que para ele representou um regresso.

O jovem então baixou o TikTok, aplicativo desenvolvido pela empresa chinesa ByteDance. Ele afirma que não tinha intenção de virar influencer, apenas começar a criar vídeos.

Sua primeira publicação, em 21 de março, foi uma dublagem da rapper norte-americana Cardi B, que viralizou e hoje possui mais de 1,1 milhão de visualizações no TikTok.

Atualmente, Vittor tem mais de 3,7 milhões de seguidores no TikTok, com mais de 128 milhões de curtidas. Seu instagram atualmente possuiu 1,5 milhão de seguidores.

Desde setembro o jovem artista é agenciado pela Play9, empresa de conteúdo de plataformas digitais. A Play9 tem como sócios o influenciador Felipe Neto, o jornalista João Pedro Paes Leme e o empresário Marcus Vinícius Freire.

Vittor iniciou o estudo de balé clássico na adolescência e aos 18 anos integrou uma companhia de teatro musical, tendo atuado em comerciais para televisão, e participado do elenco do filme “Divaldo: o mensageiro da Paz”

No TikTok, o ator e bailarino, começou a atividade como distração, em pouco tempo passou a ser chamado de tiktoker, como os criadores de conteúdo famosos são conhecidos.

Vittor passou a produzir seu conteúdo de forma profissional, publicando conteúdos quase diariamente no TikTok, Instagram e Twitter. Ele realiza o processo de forma intuitiva e com apoio de sua agência. “Posto de acordo com o que sinto, mas também analiso as informações das redes sociais e tenho a assistência da Play9”, esclarece.

Para compor o figurino, ele utiliza acessórios do cotidiano, como blusas, toalhas na cabeça, bonés e toucas. Além disso, ele distorce sua imagem e voz.

Seu conteúdo aborda de forma cômica o cotidiano de adolescentes e jovens adultos, e a maior parte do seu público é desta faixa etária.

Segundo Vittor, vídeos que abordam situações em família são os que fazem mais sucesso. “As pessoas sempre se identificam quando interpreto a mãe, porque a gente brinca que mãe é tudo igual, só muda o endereço”, disse Vittor.

Após se tornar tiktoker, ele conseguiu sair da casa de sua mãe. Seus vídeos não são monetizados, como seria se atuasse no YouTube, no entanto a visibilidade lhe rendeu muitos trabalhos de publicidade.

Vittor já divulgou marca de roupas, aplicativo de relacionamentos, curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), banco, entre outras, e recebe o auxílio da Play9 para a escolha das publicidades que fará.

O artista avalia que o grande desafio tem sido lidar com as críticas negativas, e pretende fazer terapia para conseguir se organizar e dormir melhor. Mesmo assim ele se sente feliz por proporcionar alívio em meio à pandemia para aqueles que apreciam o seu trabalho.