Dezenas de milhares de franceses participaram de marchas por todo o país no domingo para homenagear Samuel Paty, um professor que foi decapitado em um ataque terrorista há dois dias.

De forma excepcional, a proibição de encontros de mais de 10 pessoas em espaços públicos devido à situação de pandemia foi suspensa para permitir que as pessoas assistissem à cerimônia do domingo e mostrassem sua solidariedade.

As pessoas lotaram a Place de La Republique no centro de Paris, bem como em Lyon, Marselha, Bordéus, Lille, Nantes e Estrasburgo.

O primeiro-ministro, Jean Castex, liderou o comício em Paris para dizer "Parem a barbárie", como pode ser lido em muitas faixas. Funcionários do governo, políticos do espectro político do país, sindicatos de professores e cidadãos se juntaram à marcha.

Na tarde de sexta-feira, o professor de história de 47 anos foi encontrado decapitado na rua perto de uma escola secundária em Conflans-Sainte-Honorine, no noroeste de Paris. Ele teria mostrado em sua classe, como parte de uma discussão sobre liberdade de expressão, caricatura do Profeta Maomé.

O agressor, que foi morto a tiros pela polícia ao recusar se render, era um refugiado de 18 anos de origem chechena e desconhecido pelos serviços de inteligência.

A polícia deteve 11 pessoas como parte de uma investigação sobre o "assassinato em relação a um empreendimento terrorista" e "associação terrorista criminosa", informou a mídia local.

"A República foi atacada porque um professor foi assassinado. Portanto, quaisquer que sejam nossas diferenças políticas, sindicais ou outras, devemos mostrar unidade e não ter medo diante dos inimigos da República", disse o ministro da Educação Nacional, Jean Michel Blanquer, aos repórteres na manifestação em Paris.

"Teremos sucesso na luta contra os inimigos da democracia, teremos sucesso se estivermos unidos", acrescentou ele, prometendo mais atos para "evitar que tais tragédias ocorram".

Uma homenagem nacional será marcada para quarta-feira.