As maiores autoridades do setor econômico do Brasil destacaram nesta segunda-feira que a economia brasileira está se recuperando e que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, causada pela pandemia da COVID-19 será menor que o esperado inicialmente.
Tanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disseram que os sinais de recuperação são claros.
Durante um evento online organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, o ministro Guedes afirmou que a queda deve ser da ordem de 4% do PIB.
"A previsão inicial do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de outras instituições financeiras era que o PIB brasileiro cairia quase 10% ou mais e nós revisamos para 5% a 5,5%, metade da estimativa inicial. Mas acreditamos que vai ser menos do que isso: uma queda de 4%", disse.
Guedes defendeu o respeito à regra que estabelece um teto para o crescimento dos gastos do governo para controlar as contas públicas.
O ministro ressaltou que manter o teto é uma "grande luta" devido às pressões de setores, inclusive do próprio governo, para gastar mais, mas destacou o compromisso do presidente Jair Bolsonaro em manter o teto de gastos.
"Às vezes, inclusive, há luta interna, fogo amigo, gente aqui que quer gastar dinheiro e enviar sinais mistos para o mercado e isto é muito ruim", acrescentou.
Campos Neto, por sua vez, declarou durante uma conferência organizada pelo Instituto Milken, que o Brasil se encontra em um "ponto de inflexão", e estimou uma diminuição da atividade econômica em torno de 4,5% do PIB em 2020.
Segundo o presidente do BC, o Brasil foi o país que mais gastou para enfrentar a pandemia da COVID-19 entre as economias emergentes, mas também foi o que registrou a menor queda da economia e a recuperação mais "forte".
Campos Neto destacou que, afora, o Brasil necessita resgatar a credibilidade em relação à sustentabilidade das contas públicas, com disciplina fiscal e continuidade das reformas na economia.
Em setembro, quando foi divulgada a última estimativa, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção de queda do PIB este ano em 4,7%.
A última estimativa do Banco Central, publicada também em setembro, previu uma contração de 5% do PIB este ano.
A pesquisa semanal Focus com as instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central indicou que os analistas projetam uma redução de 5% do PIB brasileiro este ano.