Embora a economia dos EUA tenha se recuperado mais rápido do que o inicialmente previsto após uma grande contração no segundo trimestre, o emprego nos EUA provavelmente não se recuperará aos níveis anteriores à pandemia até 2023, disse na terça-feira um alto funcionário do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).

"O cenário de crescimento contínuo que apresentei depende de um declínio sustentado na taxa de novas infecções, provavelmente resultado do uso de máscara quase universal, especialmente em ambientes fechados, que garante apenas novos surtos esporádicos", disse Patrick Harker, presidente do Banco Federal Reserve da Filadélfia, em um evento virtual realizado pelo Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras.

"Também estamos assumindo que uma vacina estará amplamente disponível em meados ou no final do próximo ano. Mas o COVID-19, como o mundo aprendeu dolorosamente, é difícil de controlar", disse ele, acrescentando que o rumo da economia depende muito do andamento do vírus.

Mesmo se a recuperação continuar e um novo surto do vírus for evitado, segmentos como turismo e hospedagem permanecerão subjugados por um longo tempo, apresentando um entrave geral no produto interno bruto (PIB) dos EUA e no crescimento do emprego, observou Harker.

"O emprego, infelizmente, provavelmente não voltará aos níveis pré-pandêmicos até 2023", disse ele, instando os legisladores dos EUA a considerarem o fornecimento de apoio fiscal adicional em breve para atenuar o impacto econômico do COVID-19.

"Devido à incapacidade única de nosso país de controlar o vírus, sofremos aproximadamente 21 por cento das mortes no mundo, apesar de abrigarmos apenas 4 por cento da população mundial", disse ele.

Os comentários de Harker foram feitos depois que os democratas da Câmara dos EUA divulgaram na segunda-feira um pacote de alívio de COVID-19 de 2,2 trilhões de dólares americanos, que tentava pressionar a Casa Branca e os republicanos a chegarem a um acordo antes da eleição presidencial em novembro.

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disseram na terça-feira que têm esperança de chegarem a um acordo sobre o pacote de alívio de COVID-19 quando as negociações paralisadas forem retomadas, de acordo com a mídia local.