Um estudo realizado em Portugal descobriu que anticorpos contra o novo coronavírus, que causa a COVID-19, permanecem no corpo por até cinco meses após a infecção, informou a agência de notícias portuguesa Lusa nesta quinta-feira.
Para o imunologista Marc Veldhoen, coordenador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, da Universidade de Lisboa, este é um período relativamente curto para uma resposta imune.
No entanto, disse ele, esses resultados devem ser vistos com otimismo, porque quase cinco meses após um teste positivo para COVID-19, ainda pode detectar anticorpos e os níveis permaneceram bons.
Veldhoen, que é chefe do laboratório de Regulação do Sistema Imunológico do IMM, disse que o estudo será apresentado a especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 18 de setembro.
Segundo o especialista, os resultados já estão disponíveis no portal médico Medrxiv, mas serão submetidos nos próximos dias para validação por outros pesquisadores, após os quais serão publicados em revistas científicas.
No entanto, o imunologista do IMM afirmou que o estudo não detectou quanto tempo esses anticorpos circulam, em média, no corpo, promovendo um efeito protetor contra a COVID-19.
Marc Veldhoen disse que embora os níveis de anticorpos não sejam tão altos como na terceira semana, é fácil detectá-los até 150 dias, acrescentando baixos níveis de anticorpos, ou nenhum, não significa que não haja proteção imunológica.
Ele explicou que Após o primeiro contato, as células imunes que podem combater o SARS-CoV-2 permanecerão como células de memória e serão úteis se o vírus tentar infectar novamente. E eles vão produzir anticorpos mais rapidamente e com maior qualidade.