Washington, 19 ago (Xinhua) -- A China continua comprometida em construir uma relação abrangente, estável e construtiva e não tem "nenhuma intenção ou interesse" de se envolver na política doméstica dos EUA, disse o embaixador chinês no país, Cui Tiankai.
"A China continua comprometida em trabalhar com os Estados Unidos para superar as dificuldades e construir uma relação orientada para o futuro baseada na coordenação, cooperação e estabilidade", disse Cui em um discurso em um webinário sobre as relações China-EUA a convite do presidente da Brookings Institution, John R. Allen, em 13 de agosto.
"Recentemente, houve declarações oficiais de Beijing com esta mensagem clara", lembrou Cui, referindo-se a um artigo recente sobre a relação China-EUA de uma perspectiva histórica, por Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e diretor do Escritório da Comissão Central para Relações Exteriores.
O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, e outros altos funcionários também reiteraram o compromisso da China com o desenvolvimento saudável das relações China-EUA em seus discursos e entrevistas, acrescentou.
"Estamos aguardando respostas positivas do lado dos EUA", disse o embaixador.
"Talvez algumas pessoas acreditem que a China está apenas aguardando o resultado da eleição presidencial dos EUA em novembro. Permita-me deixar bem claro aqui, não estamos aguardando nada e nunca estamos dispostos a desperdiçar tempo aguardando", apontou ele. "Além disso, a dinâmica doméstica americana está muito além do que podemos prever ou influenciar. Não temos intenção ou interesse de nos envolvermos."
"Durante sua visita à China há quase 50 anos, o presidente Richard Nixon citou o poema do presidente Mao: 'Devemos aproveitar o dia, aproveitar a hora.' Hoje ainda precisamos aproveitar o dia, aproveitar a hora", destacou Cui.
"Estamos prontos para trabalhar com a atual administração para buscar soluções para os problemas existentes a qualquer hora, em qualquer lugar, mesmo hoje ou amanhã. Só espero que eles se libertem do pânico e paranoia, que está custando-lhes o bom senso de uma maneira tão chocante", salientou ele.
"Pessoas de todas as classes sociais da China e dos Estados Unidos devem permanecer vigilantes contra tentativas viciosas de empurrar a relação bilateral para confrontos e conflitos", ressaltou ele. "Devemos resistir firmemente a qualquer ressurgimento do McCarthyismo e expandir as trocas e cooperações bidirecionais, de modo a levar a relação China-EUA de volta ao caminho certo o mais rápido possível."