Ministério do Comércio: diálogo com os EUA deverá ter lugar em breve

Fonte: Diário do Povo Online    21.08.2020 10h43

A China e os Estados Unidos concordaram em retomar o diálogo "nos próximos dias" sobre questões econômicas e comerciais, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, na quinta-feira, após relatos de que as negociações de alto nível planejadas para a fase um do acordo comercial terem sido adiadas.

Falando em um briefing semanal, Gao fez o anúncio sem referir detalhes.

Especialistas e líderes empresariais disseram que os dois lados provavelmente discutirão como a primeira fase do acordo comercial foi implementada até agora e como podem resolver as barreiras comerciais e de investimento na próxima fase.

"As conversas oficiais de alto nível são úteis para reduzir a desconfiança entre as duas partes", disse Zhang Yongjun, pesquisador do Centro para o Intercâmbio Econômico Internacional da China, com sede em Beijing.

Chen Qingzhou, presidente da Hytera Communications Co., fornecedora de soluções de comunicações via rádio móvel terrestre, com sede em Shenzhen, disse esperar que os dois países possam resolver suas diferenças imediatamente.

"Embora a China e os EUA tenham disputas no comércio, ciência e tecnologia e outros campos, sua tecnologia e indústrias de manufatura são altamente integradas e são complementares em alguns campos. A verdadeira cooperação beneficiará ambos os lados", disse ele.

As duas maiores economias do mundo chegaram a um acordo em 15 de janeiro, após uma disputa comercial de dois anos.

Apesar do surto de Covid-19 no primeiro semestre deste ano, a China afirmou que fará o possível para implementar a fase um do acordo comercial.

Os departamentos governamentais relacionados na China têm trabalhado extensivamente para esse fim, apesar da pandemia de Covid-19, disse o ministro-adjunto do Comércio, Ren Hongbin, na semana passada. No entanto, controles mais rígidos impostos pelos EUA às exportações para a China e outras medidas restritivas afetaram as importações de bens e serviços do país, disse ele.

Em maio, a China divulgou a segunda lista de bens dos EUA a serem excluídos da segunda rodada de contra-medidas tarifárias contra as medidas da Secção 301 dos EUA.

Nos primeiros sete meses deste ano, o comércio de bens da China com os EUA caiu 3,3% face ao ano anterior, para 2,03 trilhões de yuans (US $ 292 bilhões), enquanto suas exportações para os EUA caíram 4,1% e as importações diminuíram 0,3% em meio à pandemia e outras incertezas econômicas, segundo a Administração Geral Alfandegária.

A China sempre deu as boas-vindas aos investidores estrangeiros, incluindo empresas dos EUA, para investirem e operarem no país e compartilharem oportunidades de desenvolvimento, disse o porta-voz do ministério.

Desde janeiro, vários projetos de investimento avultado da Starbucks, Costco e Tesla foram estabelecidos na China, mostrando a confiança que as empresas americanas têm no mercado chinês, disse Gao.

A lucratividade é também um componente-chave da confiança de longo prazo no mercado chinês, de acordo com uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Conselho de Negócios EUA-China.

Cerca de 91% das empresas americanas disseram que suas operações na China são lucrativas.

Gao afirmou que as empresas americanas não estão deixando o mercado chinês, onde a maioria está obtendo lucros e estão otimistas sobre as perspectivas de crescimento futuro.

Robert Aspell, presidente da Ásia-Pacífico da Cargill Inc, disse que com muitos países ainda lutando para estimular suas exportações e consumo, a China consiste em um modelo de recuperação, estabilização e crescimento, acrescentando que a empresa introduziu uma série de itens alimentícios no mercado chinês nos últimos dois meses.

O grupo de agronegócios com sede em Minnesota abriu a sede de sua cadeia de suprimentos agrícolas na Ásia-Pacífico em Shanghai no início do mês, reiterando o compromisso contínuo da empresa com o mercado chinês. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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