A China reiterou na segunda-feira (17) sua firme resolução de salvaguardar os direitos e interesses legítimos de seus cidadãos e empresas, e solicitou a libertação imediata da executiva sênior da Huawei, Meng Wanzhou.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, fez a observação quando Meng, a diretora financeira (CFO, na sigla em inglês) da Huawei, compareceria a audiências em um tribunal canadense por telefone na segunda-feira para solicitar ao procurador-geral canadense que libere mais documentos confidenciais relacionados à sua prisão para mostrar que seus direitos foram violados. O procurador-geral canadense reteve alguns dos documentos relacionados à prisão de Meng, alegando privilégio.

"De acordo com informações já divulgadas, os Estados Unidos e o Canadá abusaram de seu tratado de extradição bilateral e tomaram medidas compulsórias arbitrárias contra uma cidadã chinesa. Isso violou seus direitos e interesses legítimos", afirmou Zhao em uma coletiva de imprensa regular em Beijing.

O porta-voz disse que o objetivo dos Estados Unidos era suprimir a Huawei e outras empresas chinesas de alta tecnologia, e o Canadá estava agindo como seu cúmplice.

"Este é um incidente político sério", enfatizou Zhao, observando que esta é uma visão compartilhada pelo resto da comunidade internacional, bem como por muitas pessoas perspicazes nos Estados Unidos e Canadá.

"Mais uma vez instamos o lado canadense a levar a sério a posição solene e as preocupações da China, e imediatamente libertar Meng e deixá-la retornar à China em segurança imediatamente", disse ele.

O porta-voz também respondeu a uma nova ordem executiva emitida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira (14), dando à ByteDance 90 dias para vender ou desmembrar seus negócios da TikTok nos EUA.

Embora a TikTok tenha feito quase tudo que os EUA exigem, incluindo a contratação apenas de americanos como seus principais executivos, a hospedagem de seus servidores nos EUA e a divulgação de seu código-fonte, ela ainda não foi poupada das garras de certos políticos norte-americanos que agem como ladrões de seus próprios interesses políticos egoístas, disse Zhao.

"Esses políticos insistem em inventar várias desculpas para estrangular a TikTok", disse ele.

De acordo com o porta-voz, enquanto a CIA avaliou que não há evidências sugerindo que as autoridades chinesas tenham interceptado os dados da TikTok ou usado o aplicativo para acessar os smartphones das pessoas, alguns políticos dos EUA ainda usavam a segurança nacional como o único pretexto para causar problemas e prejudicar empresas não americanas.

Zhao considerou o ato hegemônico do lado norte-americano como "uma rejeição pública de sua chamada economia de mercado e dos princípios de concorrência leal". A violação das regras do comércio internacional também prejudicará os interesses dos consumidores e empresas norte-americanos, acrescentou.

"Pedimos ao lado dos EUA que corrija imediatamente seu erro, pare de caluniar e difamar a China e pare de suprimir as empresas de outros países", disse Zhao.