Relações estáveis China-EUA são importantes para desenvolvimento mundial, diz especialista francesa

Fonte: Xinhua    17.08.2020 13h47

Salvaguardar e estabilizar as relações entre a China e os Estados Unidos impacta na paz, estabilidade e desenvolvimento do mundo, afirmou Sonia Bressler, escritora e sinóloga francesa, em uma entrevista concedida neste sábado à Xinhua.

"As relações entre a China e os Estados Unidos estão entre as relações bilaterais mais importantes do mundo. Salvaguardar e estabilizar as relações China-EUA diz respeito ao bem-estar do povo chinês e americano e das pessoas no mundo. Também se relaciona com a paz, a estabilidade e o desenvolvimento do mundo", disse Bressler, citando um recente artigo de Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e diretor do Escritório da Comissão de Assuntos Exteriores do Comitê Central do PCC.

Desde o histórico encontro entre Richard Nixon e Mao Tsé-Tung em 1972, e o estabelecimento das relações diplomáticas em 1979, o desenvolvimento das relações China-EUA conquistou grandes progressos em vários âmbitos para ambos os países, além do rápido desenvolvimento da economia mundial, disse.

A cooperação entre os dois países "alcançou grandes feitos em benefício dos dois países e do mundo", disse Bressler, acrescentando que "seu confronto será um desastre para ambas as partes e para o mundo".

"Porém, nos últimos anos, notamos um obstinado furor contra a China através da imprensa ocidental. Esta desconfiança tem consequências econômicas, políticas e humanas desastrosas. A estabilidade (das relações China-EUA) é agora mais necessária do que nunca", disse a especialista.

"Como manter esta estabilidade? Que método aplicar para retornar a este ponto de vista estratégico e de perspectiva de longo prazo? Como permanecer pragmático, particularmente quando o prisma dos meios de comunicação ocidentais faz da China um inimigo aos olhos da opinião pública? Estas são as questões", comentou.

Para a especialista francesa, a política unilateral e protecionista de Washington está infligindo graves danos às relações internacionais.

"É mais fácil apontar um inimigo externo para solucionar um conflito interno específico do sistema econômico ocidental".

Quanto ao conceito de "Guerra Fria" que surge na imprensa ocidental, Bressler alarmou que o uso dessa expressão serve para gerar estresse e temores "que geralmente combinam com reflexos de rejeição, que podem variar de mera violência verbal à agressão, podendo chegar a uma guerra".

Seguindo a mesma lógica, com as interferências em Taiwan, Hong Kong e Xinjiang, os Estados Unidos se propõem também a forjar sistematicamente a figura do inimigo perante o Ocidente. "Este é um jogo muito perigoso que os Estados Unidos estão fazendo", disse Bressler. "Tal interferência é extremamente perigosa para a harmonia do mundo."

Bressler acredita que a compreensão entre as duas partes ainda é possível e a Europa deve desempenhar o papel de mediador, citando como exemplo a revista Diálogo criada conjuntamente por especialistas franceses e chineses para estabelecer conexões e promover intercâmbios.

"Devemos entender coletivamente ... a 'comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade' proposta pela China", disse a especialista francesa.

"Não é de modo algum uma questão de guerra ou de fogo", disse ela, concluindo que os Estados Unidos e o Ocidente deveriam refletir sobre o que ensina um antigo provérbio chinês: "A guerra é como o fogo, quando prolongada, coloca em perigo todos aqueles que a provocam."

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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