É baixo o risco de que as tensões políticas EUA-China prejudiquem a recuperação econômica da China em forma de V, pois a economia chinesa está se tornando mais orientada para o consumo interno, de acordo com Andy Rothman, estrategista de investimento da empresa Matthews Asia, em San Francisco.
"A vida na China tem voltado à normalidade gradualmente desde março, e julho foi o quinto mês consecutivo de uma recuperação econômica em forma V", disse Rothman em uma análise na sexta-feira.
Ao indicar que a economia da China está cada vez mais orientada à demanda interior, Rothman disse que é importante que o gasto dos consumidores tem se recuperado.
"Mesmo os gastos dos consumidores permanecendo mais suave que o normal até o próximo ano, sob uma base relativa, a China continuará provavelmente sendo o melhor consumidor do mundo", disse ele.
O especialista americano também destacou que a recuperação das vendas de veículos e moradias reflete que os consumidores de média classe e ricos da China "têm dinheiro suficiente e confiança suficiente no futuro para gastá-lo".
As vendas em restaurantes e bares, além de outros negócios que requerem aos consumidores se reunir nos espaços limitados, no entanto, levarão um tempo longo para se recuperar totalmente, disse Rothman.
Ele assinalou que a relação política entre Washington e Beijing tem sido "um espiral agudo para baixo" por vários meses, e as tensões são "quase certas de aumentar ainda mais" entre agora e 3 de novembro, data para a eleição presidencial dos EUA.
"Mesmo que eu esteja pessimista com a trajetória de curto prazo da relação política Washington-Beijing, continuo otimista com as perspectivas econômicas da China", disse Rothman.
"Há um baixo risco de que as tensões políticas bilaterais descarrilarão a recuperação econômica em forma V", disse ele, acrescentando que o consumo interno representou quase 60% do crescimento do PIB da China no ano passado.