Discurso anti-China de Pompeo prejudica interesses norte-americanos de longo prazo, The New Yorker

Fonte: Xinhua    05.08.2020 13h37

O discurso anti-China do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no final de julho, prejudicou os interesses americanos de longo prazo, e provavelmente fracassará, como muitas outras políticas externas do país, segundo uma reportagem publicada na The New Yorker nesta quarta-feira.

Os comentários no artigo "Porque Trump Nunca Vencerá Sua Nova Guerra Fria contra a China" foram feitos depois que Pompeo discursou na Biblioteca Presidencial Richard Nixon, onde lançou uma série de ataques mal fundamentados, incitando um ódio ideológico contra o país e o Partido Comunista da China, e tentou persuadir os outros a formarem uma aliança contra Beijing.

"Lançar-se de forma insensata contra a China é um equívoco da situação na China - e da Ásia Oriental", publicou a revista semanal citando Stapleton Roy, embaixador norte-americano na China na década de 1990.

Muitos dos velhos amigos americanos na região Ásia-Pacífico têm mais comércio com a China do que com os Estados Unidos, disse ele, ressaltando que os aliados estadunidenses não querem confronto e que uma Guerra Fria dos EUA com a China poderia ser "muito solitária".

Ao assinalar que a China tem melhorado as condições de vida de centenas de milhões de chineses com uma velocidade sem precedentes, ele disse que "a autoenganação é muito perigosa na diplomacia".

Em resposta à afirmação de Pompeo de que os Estados Unidos dependem mais da China do que vice-versa, A New Yorker comentou que o fato é que os Estados Unidos dependem da China para muitos produtos básicos, dando o exemplo de que a China ultrapassou o Canadá e se tornou seu segundo maior fornecedor de peças automotivas.

A China tem dado "a maior contribuição para o crescimento global e é o país que mais rapidamente cresceu em termos de exportações para os Estados Unidos nos últimos quinze anos, até a Administração Trump", observou Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial, no Fórum de Segurança Aspen no mês passado, citado pela revista.

O país asiático tem expandido sua influência em grande parte investindo em projetos de desenvolvimento, enquanto o governo dos EUA tem reduzido seu envolvimento globalmente, segundo a reportagem.

A China será "a questão mais importante" da política externa dos Estados Unidos para as próximas gerações, previu Kurt Campbell, especialista asiático que trabalhou no Departamento de Estado, no Pentágono e no Conselho de Segurança Nacional, em um artigo publicado no Fórum de Segurança de Aspen.

No entanto, os Estados Unidos estão "realmente despencando em direção a um extraordinário jogo de relações competitivas e confrontativas, que terão consequências extremamente difíceis de se prever", acrescentou.

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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