Documentos do tribunal divulgados na quinta-feira sugeriram que nova evidência foi apresentada ao tribunal canadense por Meng Wanzhou para mostrar que são infundadas as acusações de fraude contra a CFO da Huawei.

Em 1º de dezembro de 2018, as autoridades canadenses prenderam Meng no aeroporto de Vancouver, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por acusações de fraude bancária. Os EUA declaram que Meng enganou o HSBC sobre os negócios da Huawei no Irã.

Segundo os documentos e outros comunicados públicos, as acusações atuais contra Meng são baseadas em uma apresentação em PowerPoint que ela deu a Alan Thomas, então diretor de serviços bancários globais da Ásia-Pacífico do HSBC em 2013.

As evidências mostram que, na reunião, que foi organizada a pedido do HSBC, Meng descreveu o relacionamento entre a Skycom Tech e os negócios da Huawei no Irã.

Uma nova apresentação de documentos pela defesa de Meng indica, porém, que as informações inicialmente enviadas pelo governo dos EUA às autoridades canadenses - o Registro de Casos e os Registros Complementares de Casos - omitiram seletivamente várias declarações críticas feitas por Meng durante sua apresentação.

As declarações omitidas claramente articulavam o relacionamento de cooperação da Huawei com a Skycom no Irã, descrevendo como a Skycom facilita vendas e serviços para a Huawei no Irã. Durante a apresentação, Meng também abordou as medidas de conformidade regulamentar que a Huawei estava tomando para não violar os controles de exportação relevantes dos EUA.

Essa nova evidência também diz que, durante a apresentação, Meng admitiu que a Huawei anteriormente detinha ações da Skycom e que a própria Meng era anteriormente diretora da Skycom. No momento da reunião, a Huawei já tinha vendido todas as suas ações e Meng já havia renunciado ao cargo de diretora.

Outro testemunho de especialista também emitido nesta nova divulgação disse que o HSBC só precisava entender que a Huawei e a Skycom tinham cooperação comercial no Irã para avaliar seus próprios riscos de conformidade. O HSBC não precisava saber ou ser informado sobre o relacionamento da Huawei e Skycom neste caso.

Os advogados de Meng afirmam que, ao não divulgarem essas informações em suas apresentações originais, os EUA "enganaram seriamente" o Canadá sobre o caso que estão movendo contra Meng.

Para justificar suas acusações de fraude, os EUA apontaram para outras evidências, alegando que apenas "empregados juniores" do HSBC eram cientes do relacionamento entre a Huawei e a Skycom.

Como a Huawei era um dos maiores clientes do HSBC, os advogados de Meng dizem ser extremamente improvável que o banco nunca tenha realizado uma revisão interna das negociações e que a alta direção não tivesse conhecimento desses fatos.

Meng está sob prisão domiciliar em Vancouver e está lutando contra a extradição para os EUA através de longos procedimentos legais.

Os porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China exortaram repetidamente o Canadá a libertar Meng e garantir seu retorno seguro à China.