Por Cheng Juxin, Diário do Povo

Policiais chineses fazem recolha do lixo no Monte Qomolangma. Foto: Zhang Quan, Diário do Povo

No final de maio, os ventos sopravam no cume do Qomolangma (Evereste) e as chuvas não tinham ainda chegado. É a melhor altura do ano para visitar o marco natural chinês. Por esta altura, há 60 anos, montanhistas chineses haviam inaugurado a rota para a encosta norte da montanha chinesa e em 2020, uma equipa chinesa voltou uma vez mais ao cume da maior montanha do mundo.

Enquanto isso, há trabalhadores nas montanhas responsáveis pela recolha de lixo e por atividades de reciclagem. No dia 11 de maio, recomeçou a campanha de recolha e reciclagem de lixo da Região Autônoma do Tibete.

A meio de maio, os três picos situados 8,000 metros acima do nível do mar haviam “perdido” cerca de 6 toneladas.

No ano passado, a Região Autônoma do Tibete lançou novos dados. Desde 1960, o cume do monte Qomolangma foi atingido por 3019 pessoas.

Cada vez mais pessoas acorrem à montanha para colocar seus sonhos de superação em ação, resultando em um rasto de lixo na montanha que coloca cada vez mais pressão no ecossistema local. As características inóspitas do Evereste e sua geologia única tornaram a tarefa da sua limpeza particularmente difícil.

Uns vêm para conquistar, outros para proteger. Em 1997, o Tibete começou a guardar as encostas a norte. Em 2018, foram retiradas da montanha mais de 8 toneladas de lixo a uma altitude de 5200 metros; foram formuladas as “Medidas para a Gestão de Resíduos no Monte Qomolangma” e estabelecida a Fundação para a Proteção Ambiental Montanhosa. As autoridades passaram a distribuir sacos de lixo aos alpinistas, visando garantir a proteção ambiental local.

As maravilhas da natureza são frequentemente usadas para testar os limites do ser humano, mas o ser humano, por seu turno, não deve testar os limites da natureza. É preciso que a responsabilidade se faça ouvir e que a harmonia entre o homem e a natureza seja preservada.