Adis Abeba, 14 jun (Xinhua) -- Costantinos Bt. Costantinos, especialista em economia, expressou no domingo a preocupação com a tendência crescente de novos casos positivos de COVID-19 em todos os países da África, com alguns países africanos respondendo pela maior parcela de novas infecções.
Entre 2 e 10 de junho, os países africanos notificaram 43.812 novos casos de COVID-19, registrando um aumento de 29% em comparação com o que foi relatado na semana anterior, de acordo com dados do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC da África).
Costantinos, que atuou como consultor socioeconômico da União Africana (UA) e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (ECA), disse à Xinhua no domingo que o rápido aumento nos novos casos de COVID-19 são "extremamente preocupantes".
"A África representava apenas uma pequena parcela das infecções em todo o mundo, mas os países africanos sofreram um impacto desproporcional devido à queda nos preços do petróleo e das commodities e às moedas mais fracas, o que resulta no aumento dos custos do serviço da dívida externa", explicou o especialista.
Costantinos, no entanto, enfatizou que, à medida que novos casos de COVID-19 têm surgido nos países da África nas últimas semanas, a pandemia está atualmente "afetando tanto a saúde quanto a condição socioeconômica da população africana".
De acordo com os dados da agência continental de controle e prevenção de doenças, cinco países africanos representam cerca de 72% dos novos casos de COVID-19 registrados na semana passada. Os cinco países são África do Sul (38%), Egito (21%), Nigéria (5%), Camarões (4%) e Gana (4%).
O Africa CDC também destacou que sete países africanos registraram taxas de fatalidade comparáveis ou superiores à média global de 5,8%.
À medida que a África vivencia um pico em termos de novos casos de COVID-19, especialistas pedem solidariedade internacional e apoio à luta da África contra o novo coronavírus.
"Somente através de parcerias globais, com colaboração e apoio mútuo, poderemos combater esse vírus", disse Antonio Pedro, diretor do Escritório Sub-regional da UNECA para a África Central, em uma recente entrevista à Xinhua.
"A solidariedade global contra a COVID-19 é importante porque se não lidarmos com a pandemia na África, isso afetará todo o planeta", afirmou Pedro.
O diretor da ECA também sublinhou que a solidariedade global contra a COVID-19 "vai além do imperativo de curto prazo de curar os que foram afetados e garantir que outros não sejam infectados, mas também de construir um melhor futuro."
Até a manhã de domingo, o número de casos confirmados de COVID-19 no continente africano havia superado 232.815, enquanto o de mortes aumentado para 6.244, de acordo com os dados do CDC da África.