Beijing, 12 jun (Xinhua) -- A atitude dos Estados Unidos de fabricar informações falsas sobre o surto de COVID-19 em Wuhan, na China, deve ser condenada pela comunidade internacional, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores na quinta-feira.
A ABC News citou um novo estudo da Harvard Medical School dizendo que imagens de satélite de estacionamentos de hospitais em Wuhan, bem como tendências de pesquisa na internet, sugerem que a epidemia pode estar se espalhando no início de agosto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na quarta-feira em resposta que não se deve interpretar demais a mudança no número de carros nos estacionamentos dos hospitais e associá-la à epidemia.
Ao responder a uma pergunta sobre o assunto em uma entrevista coletiva diária na quinta-feira, a porta-voz Hua Chunying disse que a pesquisa tinha várias brechas óbvias, além de usar o número de carros nos estacionamentos para inferir a ocorrência inicial da epidemia.
Ela disse que, primeiro, a plataforma acadêmica DASH da Universidade de Harvard era apenas um database aberto para coletar e armazenar alguns materiais de pesquisa de professores e pesquisadores, ao invés de serem revistas editadas por pares. Ela perguntou se este estudo representava as visões e os padrões formais da Harvard Medical School.
Em segundo lugar, ela disse que um dos autores do estudo "por acaso" era um colaborador da ABC News que noticiou o estudo com exclusividade e que a ABC News "por acaso" apenas o noticiou com muito mais dados antes mesmo de o estudo ser pré-liberado.
Em terceiro lugar, um diagrama na reportagem da ABC News foi marcado como "maio de 2019". "Não tenho certeza se é um erro não intencional ou por algum outro motivo", observou Hua.
Ela disse que, em quarto lugar, este estudo acreditava que uma das principais "evidências" era o volume de procuras com as palavras "tosse" e "diarreia".
"Notei que algumas mídias chinesas, após uma pesquisa aprofundada, descobriram que o aumento no volume de pesquisa para as duas palavras-chave em setembro de 2019, que é citado pelo estudo, é ainda menor do que no mesmo período de 2017 e 2018. Isso significa que Wuhan teve casos de COVID-19 já em 2017?", disse Hua, notando não acreditar que uma questão científica tão séria deva ser tomada tão levianamente.
Essa suposta pesquisa, cheia de brechas e trabalho de má qualidade, é amplamente divulgada por alguns políticos e meios de comunicação dos EUA como nova "evidência" da ocultação da epidemia pela China, disse ela.
"Esta é uma nova prova de que algumas pessoas dos EUA estão deliberadamente criando e disseminando desinformação contra a China, que deve ser condenada e rejeitada umanimemente pela comunidade internacional", disse Hua.