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Diálogo sino-alemão cria clima positivo na relação bilateral

Fonte: Diário do Povo Online    12.06.2020 09h41

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang realizou uma videoconferência com a chanceler alemã Angela Merkel na quinta-feira, durante a qual Li apelou a que ambas as partes expandam a abertura e reponham a estabilidade da cadeia industrial.

Os observadores chineses afirmam que o encontro lançou as bases que farão com que relações entre a China e a Alemanha deem um passo em frente, sinalizando a “conduta pragmática” alemã, não obstante da calúnia lançada pelo mundo ocidental liderado pelos EUA contra a China.

A Alemanha corresponde a 28% da economia europeia, o que significa que o encontro pode resultar num progresso conclusivo no acordo de investimento bilateral China-UE (BIT, na sigla inglesa), segundo os analistas.

Li referiu durante o encontro que a China e a Alemanha devem preservar o multilateralismo e facilitar a liberalização do comércio e do investimento para alcançar a recuperação econômica, devido às preocupações em torno do coronavírus.

A China está no processo de aprofundar a abertura do seu mercado e pretende oferecer um ambiente de negócios aprazível para as empresas estrangeiras, disse Li.

Merkel disse também que a Alemanha pretende manter relações estáveis com a China e que o mercado chinês facilite o acesso a empresas estrangeiras, segundo a Associated Press.

O diálogo com Li dá-se após uma conversação telefônica entre o presidente Xi e Merkel na semana passada. Xi disse que a China permanece pronta a trabalhar com a Alemanha e com a UE para reforçar a cooperação estratégica, defender o multilateralismo e enfrentar os desafios globais, segundo a Xinhua.

“As relações sino-alemãs demonstraram sinais positivos, nas quais a Alemanha demonstra uma conduta pragmática, baseada na perceção de que há espaço para o futuro da cooperação bilateral”, disse Pang Chaoran, um investigador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica ao jornal Global Times.

Os EUA têm pressionado seus aliados europeus numa tentativa de conter a China. Porém, as relações entre os EUA e as economias europeias têm sido constrangidas pela política “América Primeiro” de Donald Trump, criando um consenso entre a UE para o reforço das relações com a China, dizem os analistas.

A indústria automóvel da China foi a primeira do mundo a recuperar do surto de Covid-19, sendo que os fabricantes alemães têm uma grande vantagem, na qual a China é o principal mercado da Alemanha, de acordo com Pan.

Os dois países poderão também cooperar em outras áreas no pós-recuperação do vírus, como maquinaria, indústria química e medicina, onde as cadeias industriais de ambos se possam complementar, disse.

Na quinta-feira, dois acordos entre a China e a Alemanha foram assinados e testemunhados por Miao Wei, ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China e pelo ministro federal de Assuntos Econômicos e Energéticos da Alemanha, Peter Altmaier, destacando a ampla esfera de cooperação bilateral existente em meio à pandemia.

A fabricante automóvel chinesa JAC assinou um acordo de cooperação com a Volkswagen, enquanto a State Power Investment Corporation assinou um acordo com a Siemens.

A China e a Alemanha organizaram também dois voos fretados nos últimos dias para trazer executivos alemães de volta às suas empresas na China. A Câmara de Comércio Alemã da China revelou ao Global Times na sexta-feira que espera que mais voos fretados sejam organizados.

A Alemanha irá assumir a presidência rotativa da UE em julho. Pan observou que a atitude positiva da Alemanha é um bom presságio para o acordo bilateral BIT, que deverá ser assinado ainda este ano. 

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