Embaixador do Brasil na China tem confiança firme na cooperação econômica entre os dois países sob epidemia

Fonte: CRI Português    15.06.2020 09h13

Recentemente, o embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet. concedeu uma entrevista exclusiva para a China Media Grupo (CMG, sigla em inglês).

Na conversa, ele agradeceu, em primeiro lugar, o apoio oferecido pela China no combate ao Covid-19 no Brasil. Segundo ele, quando a China foi afetada pela primeira onda da pandemia do novo coronavírus, o governo e o povo brasileiros encorajaram e prestaram assistência ao governo e ao povo chinês. Quando a situação na China foi atenuada e o Brasil começou a enfrentar desafios severos, a China ofereceu solidariedade e apoio firme aos esforços brasileiros na luta contra o coronavírus.

“Nós sentimos a mesma solidariedade do lado chinês, tanto do governo como do povo ao longo das últimas semanas, um grande número de voos levaram equipamentos da China para o Brasil, e muitos mais estão previstos para as próximas semanas”,disse o embaixador.

O diplomata brasileiro afirmou também que existe a questão da troca de evidências, de opiniões e de conhecimento que vai sendo gerada ao longo do tempo no combate à epidemia e para, se possível, a sua superação. Para ele, as ações têm funcionado de maneira eficiente, mas ainda há muito o que fazer, ainda há muitas coisas que não se conhece sobre a evolução da pandemia, o que poderá ser feito para superá-la, mas o país está satisfeito com a forma como tem funcionado a cooperação entre os dois governos.

Na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, que foi realizada há pouco tempo, o presidente chinês, Xi Jinping, declarou que a vacina chinesa, quando estiver desenvolvida e pronta para aplicação, será um “bem público mundial” e “será a contribuição da China para garantir a disponibilidade e acessibilidade de preço da vacina aos países em desenvolvimento”.

Para o embaixador brasileiro, é importante que todos os países tenham essa mesma atitude de reconhecer uma vacina como algo que será necessário para todos e acessível a preços razoáveis para todos os países, porque todos sofrem com a pandemia, e somente através da união e da cooperação é que será possível superar de forma satisfatória esse desafio.

Desde o estabelecimento das relações diplomáticas, a China e o Brasil vêm sempre mantendo uma boa cooperação econômica, mas a epidemia do novo coronavírus exerceu um grande impacto ao comércio bilateral no início deste ano.

Mesmo assim, o embaixador tem uma atitude positiva. Ele indicou que as cooperações entre China e Brasil, em algumas áreas, continua se desenvolvendo apesar da epidemia. O comércio de alimentos entre os dois países apresentou até mesmo crescimento nesse primeiro semestre, o que mostra o empenho dos dois países em manter esse comércio. Ambos contribuem um com o outro, porque esses alimentos são importantes para a China, assim como a importação pela China para a manutenção da atividade econômica é para o Brasil. “É claro que algumas partes do comércio foram prejudicadas, por exemplo, empresas brasileiras que dependem de cetros insumos industriais chineses tiveram queda de produção por falta de insumos no primeiro semestre, mas, aos poucos, isso vai se normalizando, e é importante que os dois países busquem soluções para estas questões”, salientou.

No relatório de trabalho do governo chinês, não foi definida uma meta concreta do crescimento do PIB em 2020. Para o embaixador, a epidemia tem uma influência negativa na economia, mas ele considera a ocasião como uma boa oportunidade, tanto para a China como para os outros países em desenvolvimento, para ajustarem seus próprios modelos de crescimento econômico. Ele disse que, de um lado, existe evidentemente um impacto muito grande, como já foi mencionado em relação aos empregos. Mas, agora, países como a China e o Brasil talvez possam aproveitar essa ocasião para fazer certos ajustes de crescimento, buscando não apenas o quantitativo, mas também qualitativo. Isso é algo que a própria China já vinha pensando e trabalhando há algum tempo. “Nós somos países que já pensamos em um nível de renda em que não basta apenas adicionar quilos de concreto e de aço na nossa produção, mas sim fazer com que as pessoas tenham qualidade de vida”, afirmou Estivallet. Para o diplomata, é uma circunstância negativa, mas talvez este evento que levou a essa decisão de não estabelecer uma meta quantitativa neste ano sirva de impulso adicional para as transformações que a China já vinha fazendo, e que agora talvez possam ser feitas ou devam ser buscadas de forma ainda mais acelera. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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